Wanderson Cleiton Thiago Pereira Manaia Junior
Eu começo esse cordel
Eu começo esse cordel
Falando da putaria
Duas cobras se comendo
Veja só que agonia
Mulher com mulher gemendo
Ou até mesmo “fazendo”
Veja só que baixaria
Deus queria que o homem
Casasse com a mulher
Mas a vida é injusta
Veja o que Felipe quer
Se casar com Juvenal
Viver trocando o bocal
Num quer saber de mulher
Sua mãe sai pro salão
Dizendo meu filho é macho
Coloco a mão no fogo
Dele não me despacho
Um caba namorador
Homem que sabe se impor
Não se agarra com um macho
Mulheres más do salão
Vivem pensando baixinho
Se esse menino é homem
Por que chupa pingulinho?
Tem é pinta de mulher
Sabe mesmo o que ele quer?
Se assumir um viadinho.
Aí eu fico pensando
Na demora pra assumir
Desse mundo tão pequeno
Não pense que vai fugir
Pois os cara são do mato
Se pegar você no ato
Vão contar pro seu Almir
Daí fica o dilema
Do menino afeminado
Sua mãe não quer olhar
O seu pai já preparado
Dizendo se tu disser
Você não fica de pé
Tá fudido, seu danado
Pense só na agonia
Do menino aviadado
Sem saber se leva peia
Ou retorna a dar o rabo.
Se correr o bicho pega
Se ficar perde a prega
Eta dilema arretado!
Tem também o preconceito
Pro menino ultrapassar
Quando anda pela rua
Escuta o outro gritar
Óia Pedrinho viado!
Andando desconjuntado
Já tá louquinho pra dar
Mas o gay é bicho forte
Não se abate por besteira
E nem fica preocupado
Com um monte de asneira
Só finge que num escuta
Na mente, fila da puta.
És filho duma rameira
Admiro os caras gay’s
Por ter força de vontade
Pois num é qualquer maluco
Que se atreve de verdade
Engolir cobra por trás
Sem dizer ao meno um ai
Esse é “homem de verdade”
Pois pergunte a qualquer um
Que num seja um nato gay
Se ele quer bater de costa
Só com “um palmo e mêi”
Você pode ter certeza
Que a carreira é com destreza
Num recebe nem o “mêi”
Ao olhar dessa cultura
Ser gay é muito pior
Pois o mundo não aceita
Dos coitados não tem dó
Dizem que tão condenados
Que não gostam de viado
Nem mesmo com catimbó
A vida de um gay é dura
Precisa-se ter coragem
Pra enfrentar o importuno
Pois o mundo é selvagem
A lei do “homi” serviu
Porque o gay persistiu
Tão mudando de imagem
Hoje aqui neste Brasil
Homem com homem se traça
Só por causa desses gays
Acontece tal desgraça
Já que antes não podia
Se passar tal regalia
É tudo da mesma raça
No Brasil o preconceito
É um fato complicado
Pois existem várias mentes
Cada caso é um caso
No plenário foi aceito
Agora estamos sujeitos
Aceitarmos os danados
Porém como já lhe disse
Existem muitas cabeças
Opiniões diferentes
Ninguém tem a certeza
Se for um gay é errado!
Será que tão condenado?
Ô cultura de pobreza!
Hoje em dia no Brasil
A viadez acarretou
Com poder e paciência
Até lei já se mudou
O bicho é atrevido
Vacilou, já tá fudido
Ele já se encarnou
Você pensa que o gay
É um bicho malfeitor
Que vive na sacanagem
Zombando do nosso amor
Mas vocês tão enganados
Eles são civilizados
Alguns até professor.
Mas como eu estou falando
De um caso natural
Tem também a mulher gay
Que num é muito anormal
Pois o mundo tem de tudo
Tem que ver o conteúdo
Não é só com Juvenal.
Tem Maria e Helena
Que só vivem de orgia
fulerage a todo instante
Com Judite e Sofia
Não falam de estrovenga
São mesmo um bando de quenga
Que vivem na putaria
A menina quando nova
Mostra logos os sinais
Pois não gosta de bonecas
E esconde de seus pais
Só brincando com menino
Vai seguindo seu destino
Iludindo os demais
Quando anda pela rua
Não sabe nem o que faz
Se anda como mulher
Ou como um belo rapaz
Tentando se descobrir
Não sabe nem como agir
Dúvida nada sagaz
Sua mãe não entendia
Aquela situação
A menina estava feia
Parecia até o cão
Sua mãe preocupada
Com essa papagaiada
Chamou a sua atenção.
Já quando ela vai crescendo
Logo perde a vergonha
Quando menos se espera
Dar um jeito que lhe exponha
Tá saindo com mulher
É isso que ela quer
Só viver de bater bronha
Mas esses tipos de gay’s
Assumidos de verdade
São os mais esculachados
Quando na realidade
Tem também o seu valor
Pois souberam se impor
Não lhes chamo de covarde
Só que existe o gay fulêro
Que se chama o incubado
Não assume pra ninguém
Que gosta de um cajado
Ele leva e num reclama
Todo dia em sua cama
Ele aflora seu frezado
Mas quando você pergunta
O que ele acha do gay
Muda logo de feição
Dizendo não falarei
Nesse mêi num me misturo
Esse povo é impuro
Fama eu nunca levarei
Ser gay num é doença
Pra viver atrás de cura
Mas por isso não se iluda
Vida de gay num é pura
Não são nem abençoados
Ficarão todos ferrados
Fará Deus arrasadura.
Não misture preconceito
Com o que não deseja ser
Pois a vida é toda sua
Só veja onde vai doer
Discriminar é pecado
Não será classificado
Sem Deus tu vai padecer
Ser gay é complicado
Uma vida de amargura
Pois o mundo num aceita
Cobram deles com usura
Mas um dia os humilhados
Serão também exaltados
Já que diz na “escritura”
Só direi que nesse mundo
De escolha viverei
Serei homem encorpado?
Ou eu me maquiarei?
Neste mundo conturbado
Eu fico desnorteado
Viro macho ou fico gay?
Porém eu digo a você
Que sou hétero convicto
Não defendo o lado gay
Nem por ordem de esprito
Mas não faço confusão
Só num viro minha mão
Eu sou hômi, padre Vito!
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