Muito
frequentados, algumas vezes bem limpos, outras se assemelhando a um criadouro
de porcos. Sim, estou falando deles, os banheiros do IFRN Campus São Gonçalo do Amarante. Particularmente do masculino, já
que nunca tive a oportunidade de conhecer o feminino.
Quando
se prende por muito tempo, não há sensação melhor do que a de se aliviar. Após
ouvirem o tão esperado sinal do intervalo, todos os apertados garotos correm
para o banheiro, onde aliviam todo aquele peso que carregavam consigo. Também
há aqueles que, sem nenhuma necessidade fisiológica, passam no banheiro somente
para dar aquela olhadinha no espelho, verificar se o topete ainda está no lugar,
ou até procurar aquele amigo que pode estar tendo um “dia de rei”.
Porém,
com tanto vai e vem, esse acolhedor amigo de todas as horas, acaba tornando-se
desagradável. Começando desde os papéis higiênicos jogados por todos os lados.
Em alguns casos, já chegaram a colocar urina dentro do recipiente do
detergente. Nessas horas fico me perguntando o que se passa na cabeça desse
cidadão. Ou essa criatura está muito apertada, ou faz muito tempo que não tira
o atraso e fica querendo meter em todo buraco que vê.
Alguns
alunos parecem não ter ainda total controle sobre seu órgão, pois, ao usarem o
mictório, não conseguem acertar uma gota de urina dentro dele. A esses, deveria
ser dado pelo IFRN um curso gratuito de pontaria. Existem alunos merecedores de
premiação por agressão à atmosfera e ao nariz dos próximos usuários, pois não
passam nem cinco segundos dentro do banheiro, e já o deixam como se tivesse
sido usado por um grupo de pessoas recém-saídas de um bloco carnavalesco. O
cidadão entra no banheiro, dá aquela velha sacudida na calça, e sai como se
nada tivesse acontecido. Deixando, para os próximos usuários, algo que podemos
chamar de “presente ninja”, silencioso e
fatal, popularmente conhecido como “bufa” e, para os que já estavam lá dentro,
aquela dúvida: quem será que soltou?
Também
há aqueles coleguinhas viciados em jogos. Podemos citar como exemplo o
"topa ou não topa", e o "cinco contra um" - muito praticado
nos banheiros, especialmente por adolescentes. Inclusive um aluno foi flagrado,
durante uma pausa no meio de uma viagem da turma de Informática 2M para visitar
algumas cidades, praticando o cinco contra um :
Fap,
fap, fap - ouviram alguns alunos ao se aproximarem do box do banheiro.
- O
que será isso? - indagou um deles.
-
Dever ser alguém dando a balançada final.
- Mas
tá demorando muito.
- Vamos
espiar?
- Bora
Um
deles ergueu o braço por cima da porta do box, mirou a câmera para baixo e
tirou uma foto. Logo após uma boa examinada nela, perceberam que era um de seus
colegas com o brinquedo em mão, aguardando o ápice do cinco contra um, a
entrega do prêmio.
Dentre os "jogos de
banheiro" do IFRN de São Gonçalo, o mais praticado é o "batalha naval".
Já deve se imaginar a situação: deixam aquela embarcação submersa, não têm nem
a decência de utilizar a descarga, deixando assim nosso caro amigo com um odor
insuportável. E é nessas horas que damos as costas a ele. E colocamos a culpa
em quem? No coitado do faxineiro que está todos os dias limpando o que não é
dele para manter a higiene que jogamos fora. Falta de respeito? Sim. De
educação? Talvez. Mas, com certeza, de disciplina. É como dizem: "Costume
de casa se leva à praça". Nesse caso, à escola.
Gerardo Neto
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