domingo, 9 de fevereiro de 2014

Empório da testosterona



Muito frequentados, algumas vezes bem limpos, outras se assemelhando a um criadouro de porcos. Sim, estou falando deles, os banheiros do IFRN Campus São Gonçalo do Amarante. Particularmente do masculino, já que nunca tive a oportunidade de conhecer o feminino.
Quando se prende por muito tempo, não há sensação melhor do que a de se aliviar. Após ouvirem o tão esperado sinal do intervalo, todos os apertados garotos correm para o banheiro, onde aliviam todo aquele peso que carregavam consigo. Também há aqueles que, sem nenhuma necessidade fisiológica, passam no banheiro somente para dar aquela olhadinha no espelho, verificar se o topete ainda está no lugar, ou até procurar aquele amigo que pode estar tendo um “dia de rei”.
Porém, com tanto vai e vem, esse acolhedor amigo de todas as horas, acaba tornando-se desagradável. Começando desde os papéis higiênicos jogados por todos os lados. Em alguns casos, já chegaram a colocar urina dentro do recipiente do detergente. Nessas horas fico me perguntando o que se passa na cabeça desse cidadão. Ou essa criatura está muito apertada, ou faz muito tempo que não tira o atraso e fica querendo meter em todo buraco que vê.
Alguns alunos parecem não ter ainda total controle sobre seu órgão, pois, ao usarem o mictório, não conseguem acertar uma gota de urina dentro dele. A esses, deveria ser dado pelo IFRN um curso gratuito de pontaria. Existem alunos merecedores de premiação por agressão à atmosfera e ao nariz dos próximos usuários, pois não passam nem cinco segundos dentro do banheiro, e já o deixam como se tivesse sido usado por um grupo de pessoas recém-saídas de um bloco carnavalesco. O cidadão entra no banheiro, dá aquela velha sacudida na calça, e sai como se nada tivesse acontecido. Deixando, para os próximos usuários, algo que podemos chamar de  “presente ninja”, silencioso e fatal, popularmente conhecido como “bufa” e, para os que já estavam lá dentro, aquela dúvida: quem será que soltou?
Também há aqueles coleguinhas viciados em jogos. Podemos citar como exemplo o "topa ou não topa", e o "cinco contra um" - muito praticado nos banheiros, especialmente por adolescentes. Inclusive um aluno foi flagrado, durante uma pausa no meio de uma viagem da turma de Informática 2M para visitar algumas cidades, praticando o cinco contra um :
Fap, fap, fap - ouviram alguns alunos ao se aproximarem do box do banheiro.   
- O que será isso? - indagou um deles.
- Dever ser alguém dando a balançada final.
- Mas tá demorando muito.
- Vamos espiar?
- Bora
Um deles ergueu o braço por cima da porta do box, mirou a câmera para baixo e tirou uma foto. Logo após uma boa examinada nela, perceberam que era um de seus colegas com o brinquedo em mão, aguardando o ápice do cinco contra um, a entrega do prêmio.
            Dentre os "jogos de banheiro" do IFRN de São Gonçalo, o  mais praticado é o "batalha naval". Já deve se imaginar a situação: deixam aquela embarcação submersa, não têm nem a decência de utilizar a descarga, deixando assim nosso caro amigo com um odor insuportável. E é nessas horas que damos as costas a ele. E colocamos a culpa em quem? No coitado do faxineiro que está todos os dias limpando o que não é dele para manter a higiene que jogamos fora. Falta de respeito? Sim. De educação? Talvez. Mas, com certeza, de disciplina. É como dizem: "Costume de casa se leva à praça". Nesse caso, à escola.

Gerardo Neto
           


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