Quando enfim meu pedido chegou, dei uma cheiradinha, como boa apreciadora que sou. Logo que aproximei as narinas, senti um cheiro terrível e azedo, mas me propus a experimentar a iguaria. Para quê? Só para inguiar no primeiro instante. Quando minha língua foi ao encontro daquele líquido, o que estava na minha barriga retrocedeu completamente. Foi tiro e queda, vomitei sem piedade!
Pensam que desisti? Claro que não! Quando me
recuperei, fui tomar um sorvete, para ver se afastava aquele gosto horrível de
mim, ou melhor, de minha língua, coitada. Quando abri o frízer para pegar o
sorvete, me veio novamente uma essência de podridão que se alastrava por toda
parte. O frízer, meus caros, estava quebrado, e simplesmente deixaram os
líquidos de todos os produtos podres espalharem-se. O que me constrange é saber
que, além da qualidade baixíssima, os atendentes ainda são porcos.
Ah, mas não se preocupem, sou brasileira e
não desisto tão facilmente. Mesmo com todos esses transtornos, ainda fui
comprar um salgado, afinal, estava com o estômago vazio e traumatizado,
precisava comer. Na primeira mordida, minha boca se encheu, não de comida, tampouco de saliva, foi de óleo
mesmo. Ali, pude concluir que não só não valeria a pena, como eu também não
deveria tentar ingerir coisa alguma naquele ambiente.
Entretanto, confesso a todos que minha
vontade de voltar ao atendente e questioná-lo sobre estarem servindo salgados
com recheio e cobertura extra de óleo foi imensurável. Fui para casa com o
pensamento forte dentro de mim, que no dia seguinte, assim como todos os
outros, permaneceria trazendo minha marmita pronta. Quero distância dessa
cantina famigerada. Senti na pele, na língua e no estômago o gosto amargo dessa
fama!
Ângela
Rayane
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