domingo, 16 de fevereiro de 2014

A maconha e seus benefícios

            A legalização da maconha é um assunto bastante discutido no meio social. No entanto, logo é associado ao aumento da criminalidade. No Brasil, atualmente, existe 1.5 milhões de usuários  de maconha, segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), realizado por  pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2012. Por que uma droga, que é tão menos nociva do que o tabaco ou o álcool,  gera tantas polêmicas em relação à legalização?
         Há quem diga que a maconha é a porta de entrada para outras drogas. Todavia, um estudo da Universidade de São Paulo (USP), em 2012, que englobou 50 dependentes químicos de crack, mostra o contrário. Na pesquisa, os dependentes foram submetidos a um tratamento experimental de redução de danos causados pelo crack. Sob a coordenação do psiquiatra Dartiu Xavier, o grupo foi tratado com maconha. Daquele total, 68% trocaram o crack pela cannabis. Após três anos, todos que fizeram a troca não usavam mais droga. Isso só reforça a tese de que a erva,  se usada corretamente, traz benefícios à saúde da população.
Agora, venho fazer uma analogia entre o cigarro e a maconha. O cigarro possui mais de 4 mil substâncias químicas, sendo que 40 são cancerígenas e nenhuma é usada  medicinalmente. Já a maconha possui cerca de 400 substâncias, não contém elementos cancerígenos e possui várias aplicações medicinais. O valor pago em impostos na venda de uma carteira de cigarros, no Brasil, extrapola os 80 %. Já a maconha é ilegal e pode ser plantada no “quintal de casa”, isentando-a assim de impostos.
Pegando carona no parágrafo anterior, faço uma reflexão: se o tabaco causa tantos danos à saúde, por que então ele é liberado, e a cannabis não? A resposta é simples. Impostos. O governo sabe que, se descriminalizar, os usuários podem plantar no quintal de casa, isentando-os, desse modo, de pagarem impostos.
As pessoas, constantemente, relacionam o uso da droga com a agressividade, mas e o excesso de álcool? Não seria pior? Pesquisas recentes mostram que o número de mortes por maconha é igual a zero, enquanto o álcool e o cigarro matam milhões todos os anos. O abuso de qualquer droga tem efeitos colaterais. Com a maconha, não é diferente. Se você tomar mais remédio do que lhe foi prescrito certamente poderá vir a óbito. Já com a maconha não ocorre isso (independentemente da quantidade), ou seja, overdose é impossível!
Acredito no potencial da maconha em seu uso medicinal. A legalização e descriminalização trarão várias pesquisas importantes quanto ao uso da maconha para o tratamento de doenças, como o câncer e o mal de Alzheimer. A grande barreira, para que essas pesquisas ocorram, chama-se governo, que deveria liberar, pelo menos, o uso medicinal. Acredito, também, que com a evolução da sociedade, a legalização da maconha trará vários benefícios à população.


Júlio Matheus - estudante do 2º ano do curso de  Informática no IFRN – Câmpus São Gonçalo do Amarante

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