quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

OS BUSÕES DE NATAL - 4° LUGAR

Vinicius Souza

Oh, leitor, aqui começo
A buscar inspiração
Pra fazer esse cordel
Que não tenho nem noção
Nem por onde iniciar
Essa minha criação

Vou primeiro apresentar
Quem eu sou bem lá no fundo
Sou calouro do IF
E não sou mais vagabundo
Eu moro no RN
Sou pequeno nesse mundo

Sobre os busões de Natal
Começo aqui te falando
Vou falar de cada linha
Indicando e criticando
Por onde anda cada um
Aqui vou te explicando

Vou falar do Zero Um
Primeira linha de Natal
Passa em todos os lugares
Dessa linda capital
Raramente ele foi visto
Nesse período atual


Vou falar do Circular
Aquele ali é divinal
Que não vale lei de Física
Nesse ônibus infernal
Se você levanta o pé
Nunca mais volta ao normal

Agora é o Oitenta e Quatro
Esse em dia de feriado
Quando sai do Soledade
Sai de lá todo lotado
Nesse ônibus quando volta
Seu fedor é desgraçado

O busão que falo agora
Só tem playboy que são lisos
Falo aqui do Quatro Seis
Pegam ele sem preciso
Para descer quatro ruas
E manter o seu sorriso
Do Sete Três vou falar
Desse existe várias frotas
Não lota muito,  porém
Gente feia nele brota
Tem também um sanfonado
É mais pra gente idiota

Motorista desse aqui
São tudo mal humorado
Os cobradores também
São tudo mal educados
Pode até causar um tétano
São todos enferrujados

Eu falei do Vinte e Um
Falo agora do Quarenta
Esse aqui arrodeia tanto
Que nem os fortes aguentam
Faz o percurso Mãe Luiza
Com pessoas fedorentas

O Zero Dois ele é
Redução do Zero Um
Quando passa na Pompeia
Já não há espaço algum
Enrolando pra Dom Pedro
Ser assaltado é comum

Busão número Sessenta
Quando ele no Shopping para
Não se toca mais no chão
Respiração fica rara
Ele lota em qualquer shop
Com pessoas abusadas

Falo do Setenta e Nove
Só perde pro Circular
Quando para na parada
Nele já não se tem ar
Parte da população

Da ZN vem a abrigar


Agora é o Oitenta e Cinco
Quando passa pela ponte
Todos correm para os lados
Para olhar o horizonte
Passeando em fim de tarde
De velhinhos tem um monte
Do Zero Oito vou falar
Também só vive lotado
Fora aquelas periguetes
Nesse ônibus atentado
Saem tudo lá do Floca
Junto dos pintas malhados

Vou falar do Trinta e Oito
Você quer ser assaltado?
Só pegar o Trinta e Oito
Ver vagabundo aluado?
Só pegar o Trinta e Oito
Eita busão desgraçado!

Vou falar do Meia Três
Sempre está muito lotado
Leva o povo pro Midway
Seu espaço é ignorado
O motorista se deixar
Em seu colo vai sentado

Vou falar do Quatro Oito
Esse é dos que demora
Se você precisa dele
Só esperar algumas horas
Mas quando ou se ele passar
Não vacile e vá embora

Falo do Setenta e Sete
Já lota no terminal
Tem muita mulher gostosa
É uma coisa divinal
Quando se encontra uma feia
Parece até um animal

Esses dois próximos ônibus
A empresa deles faliu
Uma tal de Riograndense
Que a frota destruiu
Com a saída dessa empresa
Mais um problema surgiu

Eu falo do Zero Três
Busão raro na cidade
Pra encontrar espaço lá
Tu ia ter dificuldade
Era uma regra ele quebrar
Com muita facilidade

Agora é o Vinte e Oito
Causando engarrafamento
Quebrava com zero três
Esse era um dos elementos
Recrutava gente feia
Cabra de peia e nojento

Por último o Meia Meia
Demora pra ele passar
Não precisa desse ônibus
Não precisa nem pensar
De carona ou bicicleta
É melhor que esperar

Já queriam novamente
Aumentar nossa passagem
Aumentar vinte centavos
Pode parecer bobagem
Mas se for fazer as contas
Isso é uma malandragem

Chegaram até a tirar
A nossa integração
Alunos, trabalhadores
Que dependiam dessa ação
Protestaram pelas ruas
Com muita disposição

E fecharam toda rua
Protestando sem cansaço
Chegaram a pular roleta
E fizeram roletaço
Incendiaram busão
Polícia meteu o aço

E depois de muita luta
A Semurb arregou
Devolveu a integração
A quem muito reclamou
Depois de tanto protesto
Essa revolta acabou

Dois e vinte é muita coisa
Para o preço da passagem
Pode até parecer pouco
Mas é pura sacanagem
Muitas  pessoas ignoram
Essa grande sabotagem

Todo esse transporte público
Tem que muito é melhorar
Ter acessibilidade
Pra quem precisa, usar
Aumentando as suas frotas
E a lotação acabar.


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