terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Aquele apoio

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – Campus São Gonçalo do Amarante, local onde estudantes de Natal e São Gonçalo se encontram às 7 da manhã de segunda a sábado. Pois é, sábados, foi mais uma forma de dizer: “Você é aluno do IF. Esqueça sua vida pessoal". E sim Natal, aqueles vagabundos com preguiça de estudar que fizeram o exame de seleção pra SGA porque a concorrência era pouca e se vangloriam por terem passado em uma boa colocação.
 Ah, os tempos de escola! Tempo em que os hormônios fervem tanto quanto as larvas de um vulcão em erupção, a atração é maior que a gravidade que nos prende a terra. São beijos, abraços, mais beijos, contorcionismo para mais beijos e por aí vai, mas isso para casais apaixonados. Ou não - hoje em dia é raro estar apaixonado, hoje o negocio é “pega e não se apega”.
Os estudantes que não aderiram a essa moda estão jogando LOLO? LOL, é esse o nome! Discutindo que o seu cupido cor de rosa não matou o cogumelo viajante com seu escudo de escama de peixe que cospe fogo. Porém, essas brigas são em alto tom de voz e, às vezes, fogem do controle. Mas não se preocupe! No Campus, contamos com o Trio Parada Dura, que só não pode ser chamado de meninas superpoderosas porque tem um homem no meio, e o seu nome é impossível de ser esquecido: Bruno Correia. Bruno é o cara do Apoio Acadêmico que bota mais terror nos alunos do que o próprio diretor geral. Ele chega na escola às 6:30 da manhã pra abrir as porteiras do conhecimento. Quando ele visita a sala de aula, não tem um aluno que não fique com aquilo que não passa um fio de cabelo,  se perguntando se descobriram o que ele fez no verão passado! Sem falar quando ele tá com “olho tremendo de tanto ódio”, aí é que os alunos trancam aquilo mesmo. Bruno anda com aquela cara de não-olhe-pra-mim-vou-te-fuzilar, mas nem sempre é assim. Fale de basquete perto dele, que você amansa a fera. A conversa vai render toda a tarde! Sem falar que a criatura é formada em Física, talvez seja por isso que ele tem o juízo no lugar. Porém é uma ótima companhia nas tardes do Instituto.
Outra participante do trio é Sirley. Ela é baixinha invocada do apoio. Ela vem com aqueles passinhos rápidos que parece querer pegar um trem, mas pode ir à hora que for ao apoio que ela sempre vai estar à disposição. Cantando sambas e fazendo árvores de Natal de papel. Ela canta aqueles sambas que você só conhece por causa do seu avô, pois é. Além disso, ela é formada em Arquitetura. A garotinha é do lado de “Edifica, Edifica”, mas não deixa esse fato subir à cabeça.
A última, e não menos importante, é Vilanir. É, eu sei. O nome é estranho, mas ela é gente boa, tem a vozinha fina, mas bota uma moral que é uma beleza. Ela está indo no caminho de Bruno. Daqui a pouco os alunos vão correr dela como o diabo foge da cruz. E Bruno vai ter que concorrer pra ver quem bota mais moral nos alunos. Vilanir também canta, mas canta músicas gospels. “Tem sabor de mel, tem sabor de mel”, sabe? Desse tipo, essa música me lembra  abelha, mas tudo bem. Seguindo: ela ia até se inscrever no projeto de extensão “Escola em canto”, entretanto, por causa dos seus horários não deu certo. Jéssica, a cantora mais conhecida do Instituto, que se cuide, pois a garotinha promete! 
Essas três peças formam o nosso querido Apoio Acadêmico. Aquele lugar onde a gente só vai para pedir pra ligar o ar-condicionado, para mudar a temperatura. Porque os alunos têm problemas psicológicos. Sim, psicológicos, porque a cada 5 minutos eles têm uma sensação térmica diferente e começam o bate-boca pra entrar em consenso em relação à temperatura certa. E isso é até interessante, porque a maioria dos alunos vieram de escolas que nem ventilador que preste tinham. Existiam projetos de ventiladores que, ao invés de vento, faziam barulho. Não tão diferente de alguns ares-condicionados do IF, que ao invés de refrigerar o ar, apenas ventilam, cozinhando a vapor “o futuro do Brasil.” Também vamos pedir o controle do projetor, isso quando o varapau da sala não resolve dar uma de assistente técnico de professor. Vamos também para dar viagem perdida em busca dos nossos objetos perdidos. É porque a gente chega a ser ingênuo ao pensar que um cidadão iferriano vai ter a boa vontade de deixar nosso objeto perdido, e por ele encontrado, no apoio.
 Estamos falando da realidade. Não do comercial bonitinho que passa na tv. A gente vai lá também pra falar da vida alheia Porque ninguém é de ferro. Aprender novos sambas que nosso avô não ensinou. Aprender Física, Matemática, artesanato, entre muitas outras coisas. Afinal, o apoio é realmente nosso apoio na instituição.



Alexandra Kasserine 

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