sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Ironias do IFRN

E mais uma vez, todo mundo preparado para mais um gabinete itinerante, todos “entusiasmados” para ter uma conversa com aquele cara que vem uma vez ao ano. Como é o nome dele mesmo? Ah! Belquior? Belchior? Bel...? Bel me lembra Chiclete com Banana: “Eu vou voar, atrás desse amor, vou encontrar seja aonde for”. Ah, Chiclete acabou. Voltando. Esse evento é de grande importância para o Campus.
Alunos são liberados, funcionários param as atividades, os corredores ficam vazios, e Carlos Magno (vulgo Carlinhos faz tudo) já colocou todas as cadeiras no hall. Isso mesmo, no hall, mas o número de cadeiras é em vão, já que a maioria dos alunos preferem ir para casa. Auditório aqui só serve de almoxarifado. As obras foram paradas desde a “inauguração” do Campus, e de auditório só tem mesmo o nome na porta e um projeto de palco.
Mas não temos do que reclamar. Um gabinete itinerante no hall é muito melhor do que no segundo palco de eventos do IF - o refeitório, já que não somos sufocados pelo cheiro de comida e não teremos futuros problemas auditivos devido àquela caixa gigante que mais parece um paredão de racha de som.
Obras iniciadas, aquela esperança de ter mais livros de qualidade numa biblioteca “top internacional”. Porém, seguindo o mesmo caminho do auditório, temos essa biblioteca que, desde os primórdios da nossa turma no IF, está sendo construída. Reza a lenda que é colocado um tijolo por dia, e à noite são retirados dois.
Mas foi tudo pensado, no projeto foi decidido que a biblioteca teria uma ilusão de ótica. Ao olhar de frente, ela parece concluída, mas ao ver a lateral, percebemos que ainda está pela metade. Um lembrete: se quiser ir ao banheiro, é bom você trazer o papel de casa, pois puniram os alunos por quererem transformar o banheiro no estádio da Bomboneira, causando o corte inesperado do papel, deixando quem está com dor de barriga no desespero.
Mas nem tudo é tão mal. Nós temos o maior viveiro de tilápia, e uma granja atrás da escola, que conta com várias árvores frutíferas, como cajueiros, mangueiras e coqueiros, sem esquecer das aves: o peru, a família de patos e as galinhas. Inclusive a mistura do almoço é o couro dessas aves, é só o couro mesmo, porque de frango só tem o nome. “Frango à passarinha”, olha que nome bonito! Mas assim que você corta o primeiro pedaço descobre que deveria se chamar “Osso de frango à passarinha”, ou até mesmo “Couro de frango à passarinha”.
Já que estamos falando em almoço, nos tempos remotos do Campus nós podíamos estudar mineração ou geologia durante a refeição, pois podíamos encontrar diversos tipos de pedras, de tamanhos variados inclusive, dentro do feijão. Vai que as pedras eram pra fortalecer ou dar o gosto no feijão, vai saber! Tivemos até um aluno premiado, Thiago Pereira, que atingiu um recorde de 7 pedras encontradas em uma única refeição! Isso deveria entrar para o livro dos recordes.
A gente também pode contar com uma ótima qualidade de sucos, como por exemplo a balinha de abacaxi, que é um nome dado pelos alunos para o que deveria ser um suco, mas não passa de uma água com corante e cheiro. Também podemos encontrar essa água em diversos sabores como acerola, tamarindo, goiaba, entre outros. O único que ainda pode ser considerado suco é o de manga, tem até consistência, acredite.
Porém, tem dias que os alunos agradecem seus almoços grátis, nesses dias temos como mistura: lasanha, suflê de verduras e estrogonofe de carne e frango. Nesses dias, os alunos que enfrentam a fila quilométrica do almoço, as horas duras sentados no corredor, falando da vida alheia, agradecem por um almoço de qualidade. Quer dizer, quase isso.

                                                                                           Vivyanne Moura

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