Hoje não é meu dia!

Tem dias que tudo parece conspirar contra você. E pode ter certeza, hoje, 13 de dezembro de 2013, está sendo um desses dias.

Todos os dias minha rotina é a mesma: acordo às 5 e 30, pego dois ônibus e vou para o IFRN, minha querida e odiada escola. Sim, pois nunca consegui odiar e amar tanto algo ao mesmo tempo - a não ser minha namorada... mas enfim...

Não acredito muito em sorte, nem que tudo está acontecendo por causa de uma ira divina como muitos pensam e acreditam.  Acho que tudo acontece mesmo por meras coincidências em nosso dia a dia.

Todos os dias acontecem coisas boas e coisas ruins, só que tem dias que uma dessas se mostra com mais frequência,  e você termina denominando que "aquele não era seu dia".Pare um pouco pra refletir. Pare de culpar os outros ou as outras coisas pelo que não está dando certo no seu dia.

Hoje deu tudo errado: meu celular não despertou, pois descarregou na  madrugada, e terminei perdendo a hora.

Talvez, ao invés de eu culpar as divindades,  xingar Deus e o mundo ou chutar a cama e dizer "hoje não é meu dia", eu devesse rever o que eu fiz de errado para não repetir da próxima vez. Porque se eu deixei meu celular descarregar foi por falha minha. Eu é que não me preocupei em colocar para carregar, e não Jesus Cristo que veio sugar a bateria.

Mas enfim...  Chegando na escola, fico doente de uma hora para outra, e de repente aparecem artigos, trabalhos, saidinhas e muitas outras coisas para fazer, e eu, por estar adoentado, não faço nada. Mas poxa! Se eu tivesse colocado o celular pra carregar, teria acordado cedo, com tempo de sobra para me alimentar antes de sair de casa e não ficar passando mal na escola.

Meu professor de Português passou um trabalho para entregar hoje, o qual consistia em fazer uma crônica baseada no estilo do autor Rubem Alves -um estilo muito chato e sem graça por sinal-  e me aconselhou a fazer logo porque daria muito trabalho,  porém preguiçoso como sou, não diferente dos demais brasileiros, não dei bola pro que ele disse e deixei pra fazer em cima da hora. Justo no dia em que perdi o ônibus, que cheguei atrasado, que minha pressão baixou,  que fiquei com náuseas, febre e com uma bela de uma dor de cabeça.

E isso tudo por não ter colocado o celular no carregador. O BENDITO CARREGADOR.

É nessas horas que eu me lembro das palavras de meu pai, reverberando em meus ouvidos:

-Taaayor, Taaaygor, cuidado na vida, Taaaaygor! Se organize, Taaaygor!

Ou da minha mãe, gritando:

-Se organize senão você se lasca!

E o pior de todos, o meu professor Milson, que passa o dia falando a mesma coisa e não me dá sossego hora nenhuma.

Talvez se eu escutasse mais os meus pais, ou os mais velhos ainda, como Milson (rs), meus dias não fossem tão ruins assim.

Mas terminou não acontecendo.  Tudo por causa das minhas atitudes. Somente por causa delas  é que hoje não foi o meu dia e não porque JC (Jesus Cristo) decidiu me dar uma lição. Faça o seu dia, pense bem nas escolhas que for tomar, escute os mais velhos, atente para as suas decisões. Elas é que irão definir o seu dia. No final das contas, quem decide se o dia vai ou não vai ser seu, é apenas você.

E, se por acaso fizer as escolhas erradas e estiver completamente prejudicado, tente usar isso a seu favor. Apesar de estar muito doente e sem tempo, consegui concluir a crônica. E esse meu mau dia de quarta-feira acabou servindo como  assunto de minha crônica. Ficou meio cansativa, longa, chata, sem graça e reflexiva. Exatamente como meu professor de Português me pediu - no estilo de Rubem Alves.

Taygor Enrico