sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

QUER SER BOM? MORRA OU SE MUDE!

Sabe aquele famoso ditado popular: “Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca”? Pois bem, é exatamente ele que reina no Campus São Gonçalo do Amarante. Como bem se sabe, aluno nuca está satisfeito com o que tem. Quando falta, reclama; quando tem, mete o pau, esculacha, e deixa mais baixo que o chão. E com os profissionais da instituição não é muito diferente.
Nossa professora de Inglês era Priscila Seabra. Ela era muito boa, na verdade ensina muito bem, mas só agora! Porque antes muito alunos combinavam de só chegar no segundo bloco, principalmente nas sextas-feiras, quando as aulas eram nos primeiros horários. Hoje ouvimos dizer que suas aulas eram boas, devido à didática que ela utilizava, porém antes ouvíamos reclamações do tipo:
- Que porra é essa de The Little Prince? Essa frescura!
- E esses bonequinhos de bad student? Ela acha que somos crianças?
E assim vai! Pois é, aluno é bicho ruim. Antes a professora não prestava, mas depois que Luciana (a nova professora) chegou, a senhorita Seabra só não virou santa porque ainda não morreu. Isso me parece muito com o que ocorre com os diversos cantores existentes por aí. Depois que morrem, você vê um filho da puta que nunca tinha ouvido falar sobre o mais novo defunto, comprando camisas, postes, discografias completas e se auto intitulando o maior fã. Como Reginaldo Rossi, que partiu dessa para uma melhor recentemente. Em uma viagem para Pernambuco, passei esses dois dias seguidos em um tributo a ele, ouvindo sua música em cada esquina, e lendo na rede social que o show de fim de ano do Rei Roberto Carlos deveria ser trocado por uma gravação do Rei do Brega. E pensar que antes Reginaldo não passava de apenas mais um cantor esquecido... Piada, né? Mas voltando ao assunto dessa crônica. Era muito comum de se entreouvir pela cantina conversas como:
- Home, bora pra aula hoje, tô vendo a hora eu reprovar só de falta.
- Eu vou nada, vou aproveitar pra estudar para a prova de Eletricidade.
O desinteresse era tanto que, mesmo quando Marcos Guerra foi convidado por Priscila para um bate-papo sobre um dos mais célebres educadores brasileiros, houve estudantes que não deram a mínima:
- Ei, ei, amanhã é o bate-papo sobre Paulo Freire, né? Estou com ótimas expectativas, e você?
- Eu? Você acha que eu vou, é? Tenho mais o que fazer, do que levantar cedo para ouvir um vovô barbudo contar histórias!
É isso aí, coisas da vida. Mas se você está pensando que isso era apenas com a professora de Inglês, querido leitor, você está muito enganado. O professor de Geografia, Romero Tertulino, também era um ótimo profissional e, pelo menos, os alunos sabiam reconhecer isso. Pena que às vezes faltava respeito na relação aluno/professor. Teve até uma vez que houve uma confusão no Facebook, depois de um debate com Silas Malafaia, no programa De frente com Gabi. Malafaia deu sua opinião sobre os homossexuais, baseado no ponto de vista de sua igreja. Romero, não concordando com o que assistiu, expôs o que ele achava. Dois alunos, por sua vez, não gostando do que o docente escreveu, trocaram farpas pela rede social: 
- Se você não tem conhecimento bíblico ou não segue o que mandam as escrituras, não saia falando balela, ou coisas que não condizem com a igreja!
- Concordo, tudo isso é conversa pra boi dormir  – falou o outro aluno, apoiando o colega.
- Sou livre para expor minhas opiniões e meus pensamentos. Em que creio ou não, não cabe a você definir. Mas já que você se diz tão conhecedor da Palavra de Deus, suponho que saiba o quanto ela se contradiz!
E assim, muitas águas rolaram, até que a confusão se encerrou, quando Romero desfez a amizade, na rede social, com os alunos, para evitar mais confusões, tudo por causa de pensamentos religiosos. Ai, que fiasco! Depois que Romero foi remanejado para o Campus de Parnamirim, foram juntos com ele todos os defeitos, brigas e desentendimentos que ocorreram aqui. Na mente dos alunos, só restaram suas aulas motivadoras; seus perfeitos desenhos cartográficos; a tiração de onda sobre Mossoró, já que ele é oriundo de lá; os jogos educativos, que além de fazer nos autoavaliarmos, também dava uma ajudinha na nota; e de como era engraçado quando ele colocava alguém sentado lá na frente, de cara para a parede, por estar conversando.
Já disse e repito, aluno é bicho ruim, e não sabe o que quer. Hoje, todo mundo que já se foi, é o melhor do mundo, mas os que ainda não foram, tornam-se os piores. Tenho como exemplo os professores Milson Santos e Gilbran Andrade. Um é mais “peste” que o outro, como os discentes bem falam. E, se parar pra pensar, são eles que sempre estão na boca dos alunos. Mas se algum dia não estiverem mais conosco, aposto que haverá sempre alguém dizendo por aí:

- Ele era tão bom!

Vyviane Moura

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