sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

CHUVA DE BALA EM SANTO ANTÔNIO (3º LUGAR)


Igor Barbosa

Se és um cabra de pêia
Gosta de todos mangar
Contarei uma história
Você vai até chorar
Que ocorreu há muito tempo
Mas vale a pena contar

Esse home vai saber
Do que eu estou falando:
O Francisco Zé Batista,
Estava a todos matando
Leia logo este cordel
Que logo vou te contando:

Numa pequena cidade
Do Agreste potiguar
Conhecida como Songa
Onde é o meu lugar
Foi palco de uma tragédia
Um caso de arrepiar

Onde tudo aconteceu
Foi no bairro da cidade
Com nome de santo Antônio
Um jovem, com pouca idade
Um rapaz muito maluco
Que matou sem piedade


A chacina aconteceu
Mais de dez anos atrás
Foi um grande fuzuê
Envolvendo esse rapaz
Em São Gonçalo matou
Só que isso não se faz.

E contando essa história
Como tudo aconteceu
Iremos lá pro início
Onde tudo sucedeu
Vou falar de quando ele
Para a gente apareceu

Quando ele era criança
Problema não tinha não
Falava com todo mundo,
Respeitando opinião,
E todos assim se amavam
Do fundo do coração.

O problema aconteceu
Lá na sua adolescência
Quando começou andar
Com umas más influências
Ele começou a ter
Mais de uma preferência

E isso quem me contou
Foi meu compadre Fernando
Que ele andava por aí
Com os machos passeando
De dia ele era machão
De noite saía dando

Mas veja quanta maldade
Desse povo potiguar
Que me contaram as coisas
Me contaram sem pensar,
Dessas coisas eu não gosto,
Mas pediram pra falar:

Sua mulher o pegou
Com um homem lhe comendo
Na cama de sua tia
Gritando alto e gemendo
Ela logo se espantou
E dali saiu correndo

Quando ela viu essa cena
Ligeiro foi espalhar
Todo canto da cidade
Fez a questão de contar
E todos, daquele cara,
Começaram a mangar

Ele então saiu pra rua
Sem nada disso saber,
Que a mulher já  tinha visto
Outro homem lhe comer.
Quando o viu, seu Chico Tripa
Correndo foi lhe dizer:

- A Gracinha, tua esposa
Tá fazendo gozação
Pondo teu nome na praça
Causando uma confusão,
Tá dizendo é que você
Não gosta de mulher não.

- Eu não acredito nisso
Que tu estás me contando;
Se falas daquele dia
Que o cara tava ajudando,
A eu consertar a cama,
Acredite, foi engano.

Mais adiante ele encontrou
Um conhecido mudinho
Que com a mão fez um gesto
Imitando um canequinho
E Chico teve vontade
De quebrar o seu focinho

“Esse cara tá mangando?
Ou está só a brincar?”
A solução que tomou
Foi a ele ignorar.
Foi passando a vontade
Daquele mudo matar

A galera do barzinho
Também com ele mexeu.
E até a sua sogra
Falava que ele deu
Na cama de sua filha
Pro amigo Jubileu

E logo com tudo isso
Ele se enfureceu
E um pensamento maligno
Na cabeça apareceu
Queria passar por cima
Das cabeças, “cum” pneu.

E depois de muito tempo
De zoarem o amigão
Decidiu botar em jogo
O plano que tinha em mão:
“Eu vou matar todos esses
Que ficam de falação.”

“Mas tenho que ser prudente
Escolher quem vou matar.
Começarei pelo mudo
Que ficava a caçoar
O matarei logo cedo
Quando o dia clarear”

E assim aconteceu:
Saiu a sua procura
E então ele o achou
Nos campos da agricultura
Em seu rosto atirou,
Despachando a criatura.

Com o mudo eliminado
Era a vez da faladeira
Pegou Ana, sua sogra,
Na Rua da Costureira
Trinta tiros disparou,
O sangue fez cachoeira.

Então para aproveitar
A esposa ele matou
Foi ela que tudo isso
Rapidamente espalhou
E também o pobre sogro
Foi lá e assassinou.

E uma das quinze mortes
Que mais me chama atenção
Foi do meu amigo Fred,
Que se achava o garanhão,
Pois ele falou pra Chico
Somente a opinião:

-Tu pode até me matar
Mas eu de uma coisa sei
Que a minha retaguarda
Pra ninguém eu liberei
E assim muito orgulhoso
Para o céu eu subirei.

- Eu não quero discutir
Com pessoa igual a tu
Tou cansado de dizer
Que ninguém comeu meu cu
Eu irei te dar um tiro
Pra quebrar esse tabu.

Teve um caminhoneiro
Que ele matou enganado
Pois achou que o seu filho
O tal tinha atropelado
Sua vida foi ceifada
Oh! Mas que pobre coitado!

Quando saiu no jornal
A polícia já sabendo,
Se ele não se cuidasse
Ia acabar lhe prendendo,
Deu um tiro na cabeça
E ligeiro foi morrendo

Olhem só pra tudo isso
Pra tudo que aconteceu
O chamado Zé Batista
Agora já faleceu
 Por conta de uma fofoca
O juízo ele perdeu

E sem falar das pessoas
Que aqui não mais estão
Pois foi ele que matou
Sem nenhuma compaixão
É culpado ou inocente
Esse ser anticristão?

Então concluo esses versos
Com ardor no coração
Peço pra todos rezarem
Pelos que aqui não estão
Rezem até pelo nosso
Assassino valentão.

Se és um cabra de pêia
Gosta de todos mangar
Contarei uma história
Você vai até chorar
Que ocorreu há muito tempo
Mas vale a pena contar

Esse home vai saber
Do que eu estou falando:
O Francisco Zé Batista,
Estava a todos matando
Leia logo este cordel
Que logo vou te contando:

Numa pequena cidade
Do Agreste potiguar
Conhecida como Songa
Onde é o meu lugar
Foi palco de uma tragédia
Um caso de arrepiar

Onde tudo aconteceu
Foi no bairro da cidade
Com nome de santo Antônio
Um jovem, com pouca idade
Um rapaz muito maluco
Que matou sem piedade

A chacina aconteceu
Mais de dez anos atrás
Foi um grande fuzuê
Envolvendo esse rapaz
Em São Gonçalo matou
Só que isso não se faz.

E contando essa história
Como tudo aconteceu
Iremos lá pro início
Onde tudo sucedeu
Vou falar de quando ele
Para a gente apareceu

Quando ele era criança
Problema não tinha não
Falava com todo mundo,
Respeitando opinião,
E todos assim se amavam
Do fundo do coração.

O problema aconteceu
Lá na sua adolescência
Quando começou andar
Com umas más influências
Ele começou a ter
Mais de uma preferência

E isso quem me contou
Foi meu compadre Fernando
Que ele andava por aí
Com os machos passeando
De dia ele era machão
De noite saía dando

Mas veja quanta maldade
Desse povo potiguar
Que me contaram as coisas
Me contaram sem pensar,
Dessas coisas eu não gosto,
Mas pediram pra falar:

Sua mulher o pegou
Com um homem lhe comendo
Na cama de sua tia
Gritando alto e gemendo
Ela logo se espantou
E dali saiu correndo

Quando ela viu essa cena
Ligeiro foi espalhar
Todo canto da cidade
Fez a questão de contar
E todos, daquele cara,
Começaram a mangar

Ele então saiu pra rua
Sem nada disso saber,
Que a mulher já  tinha visto
Outro homem lhe comer.
Quando o viu, seu Chico Tripa
Correndo foi lhe dizer:

- A Gracinha, tua esposa
Tá fazendo gozação
Pondo teu nome na praça
Causando uma confusão,
Tá dizendo é que você
Não gosta de mulher não.

- Eu não acredito nisso
Que tu estás me contando;
Se falas daquele dia
Que o cara tava ajudando,
A eu consertar a cama,
Acredite, foi engano.

Mais adiante ele encontrou
Um conhecido mudinho
Que com a mão fez um gesto
Imitando um canequinho
E Chico teve vontade
De quebrar o seu focinho

“Esse cara tá mangando?
Ou está só a brincar?”
A solução que tomou
Foi a ele ignorar.
Foi passando a vontade
Daquele mudo matar

A galera do barzinho
Também com ele mexeu.
E até a sua sogra
Falava que ele deu
Na cama de sua filha
Pro amigo Jubileu

E logo com tudo isso
Ele se enfureceu
E um pensamento maligno
Na cabeça apareceu
Queria passar por cima
Das cabeças, “cum” pneu.

E depois de muito tempo
De zoarem o amigão
Decidiu botar em jogo
O plano que tinha em mão:
“Eu vou matar todos esses
Que ficam de falação.”

“Mas tenho que ser prudente
Escolher quem vou matar.
Começarei pelo mudo
Que ficava a caçoar
O matarei logo cedo
Quando o dia clarear”

E assim aconteceu:
Saiu a sua procura
E então ele o achou
Nos campos da agricultura
Em seu rosto atirou,
Despachando a criatura.

Com o mudo eliminado
Era a vez da faladeira
Pegou Ana, sua sogra,
Na Rua da Costureira
Trinta tiros disparou,
O sangue fez cachoeira.

Então para aproveitar
A esposa ele matou
Foi ela que tudo isso
Rapidamente espalhou
E também o pobre sogro
Foi lá e assassinou.

E uma das quinze mortes
Que mais me chama atenção
Foi do meu amigo Fred,
Que se achava o garanhão,
Pois ele falou pra Chico
Somente a opinião:
-Tu pode até me matar
Mas eu de uma coisa sei
Que a minha retaguarda
Pra ninguém eu liberei
E assim muito orgulhoso
Para o céu eu subirei.

- Eu não quero discutir
Com pessoa igual a tu
Tou cansado de dizer
Que ninguém comeu meu cu
Eu irei te dar um tiro
Pra quebrar esse tabu.

Teve um caminhoneiro
Que ele matou enganado
Pois achou que o seu filho
O tal tinha atropelado
Sua vida foi ceifada
Oh! Mas que pobre coitado!

Quando saiu no jornal
A polícia já sabendo,
Se ele não se cuidasse
Ia acabar lhe prendendo,
Deu um tiro na cabeça
E ligeiro foi morrendo

Olhem só pra tudo isso
Pra tudo que aconteceu
O chamado Zé Batista
Agora já faleceu
 Por conta de uma fofoca
O juízo ele perdeu

E sem falar das pessoas
Que aqui não mais estão
Pois foi ele que matou
Sem nenhuma compaixão
É culpado ou inocente
Esse ser anticristão?

Então concluo esses versos
Com ardor no coração
Peço pra todos rezarem
Pelos que aqui não estão
Rezem até pelo nosso
Assassino valentão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário