
Aprendi,
em meu cotidiano, que passar por problemas amorosos não é nada fácil,
especialmente quando entrei no IFRN - São Gonçalo do Amarante. Lá foi onde tudo
mudou em minha vida, onde a minha vida amorosa começou a mudar drasticamente.
Principalmente porque o
meu companheiro de decepção era um colega de turma. Aquele amigo conselheiro,
confidente, protetor... Lembro-me bem quando ficávamos conversando até tarde.
Quando Júnior vinha me deixar em casa. No ônibus, a caminho de casa, adormecia
apoiada nele. Sentia que tudo parava. Sentia-me como se não houvesse trabalhos
de Português, listas de Física, projetos de pesquisa para fazer, relatórios de
Geografia para entregar e todo o espetáculo do Pequeno Príncipe para organizar. Esquecia de tudo. Das notas baixas
em Programação, Eletrônica e Matemática. Dos carões do professor Milson. Das
broncas de Gilbran, professor de Programação. Tudo que envolvia o Campus era apagado da minha mente.
Lembro
das nossas eternas conversas pelo Facebook.
De como ele me chamava de "superocupada" ou me censurava por ser tão
dura comigo mesma. Ou por chorar por causa de
uma nota baixa em Física. Na sala, ele sentava em uma carteira atrás da
minha... Mexia em meu cabelo. Me passava papéis com coisas idiotas...
"Como pode a Carminha ter colocado toda a
culpa na Nina?"
"O que o professor está falando?"
"O que o tomate ia fazer no banco?
=D"
"Que sono! Tô com fome! :/"
Agora
ele senta lá na frente, bem longe de mim. Quase nunca nos falamos, só quando é
extremamente necessário. Me pego tentando voltar ao passado, aos tempos em que
não existia problema algum. Reflito como seria se essa chuva não tivesse se
transformado em uma terrível tempestade.
Agora,
só o que nos restou foi a dor, misturada com um ódio que guardamos em nossos
corações, ódio que usamos como uma barreira contra nós mesmos. Por que logo eu?
Por que não poderia ser qualquer outra garota do Campus? Tantos outros cursos como Edificações e Logística... Como
diabos foi acontecer logo comigo? O destino é um inimigo cruel e frio, que não
se preocupa com as suas infelizes vítimas.
Estefânia Lins
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