sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

FRACASSO ACADÊMICO

         É difícil começar, principalmente em um novo ambiente escolar. Foi assim que me senti há algum tempo, quando entrei no IFRN de São Gonçalo do Amarante, no curso de Informática, construindo um novo começo.
            É impossível olhar para o passado e não querer converter tudo aquilo que foi feito, fazer algo totalmente contrário ao que foi iniciado. É como juntar água e óleo.
            Olhar para trás e sentir aquela mágoa, aquela dor pequenina que fica escondida entre um amontoado de sentimentos. Ela levanta-se. Eu a encaro furiosa, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Quem diria que tanto esforço não valeria nada! Obrigo o choro a sumir, se esconder e tento colocar a mágoa em seu devido lugar. Era tudo tão triste e repentino. Já se passou tanto tempo, estava cansada de remoer todos aqueles sentimentos. Não aguentava mais aquela tormenta. Fecho os olhos e tento pensar em alguma outra coisa diferente da matéria de Programação, a pedra no sapato de muitos alunos e o meu fracasso acadêmico. Mas volto a abri-los rapidamente e percebo que nem tudo está perdido, pois poderia ser pior.
            Eu poderia ter ficado para trás, poderia ter reprovado em outras disciplinas, e apenas olhar todos os outros seguirem em frente em sua caminhada vivencial, usufruindo de novos conteúdos, enfrentando novas dificuldades, construindo novas histórias, enquanto eu ficaria ali, presa no mesmo lugar, frio e lastimável, como um porta-retratos esquecido na estante, onde a fotografia presente não arranca olhares de ninguém.
            Não deixaria essas lembranças se esvaírem nunca de minha mente. Diante de tantas horas estudando no IFRN e em casa, tantos algoritmos, códigos de difícil compreensão, eu sentia um aperto no peito, uma dor incontrolavelmente destruidora, mas não uma dor carnal, e sim emocional, que me fazia perder a cabeça e ficar insana em alguns momentos.
            A amizade nunca nos deixa cair, e comigo não foi diferente, pois no IF de São Gonçalo, fiz grandes amizades. Ganhei muitos conselhos, como os de Ester e Manu; abraços apertados de Gerardo e Rafael; sorrisos e muitas  risadas proporcionados por Hugo e o trio Kate-Tere-Kathy, que não conseguiram acompanhar o restante da turma, mas mesmo assim me sustentaram em todas a horas em que não conseguia nem ao menos me suportar. Eles me mostraram um ponto final para poder recomeçar. Hoje, graças a eles, estou conseguindo prosseguir e não olhar para o sofrimento do passado.
            Nós devemos aprender com os nossos erros e, através deles, escrever nosso futuro. Se acontecer novamente comigo, devo levar isso como um lema e não sofrer tanto para não sucumbir à dor novamente. Devemos sempre nos empenhar mais e nunca desistir de tentar. Correr atrás de nossos objetivos sem deixar-nos abater por meras pedras no caminho.

 Jocyele Marinheiro

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