
Depois foi o Juca. Ele era quieto.
Mas entre quatro paredes fazia um enorme carnaval. Eu adorava aquele negro. Sabia
fazer a festa direitinho. Adorava fazer-se de santo. Mas de santo não tinha
nada.
Logo após veio o João. Ele
era os mais sem noção. Com ele aprendi muitas coisas novas. Tinha os desejos
mais obscenos. Adorava usar fantasias durante a relação. Além de querem fazer o
nheco-nheco em todo lugar. Uma vez fizemos no provador do shopping Midway Mall.
Outra vez no meio do matagal. O melhor de todos, dentro do carro.
Todos os três estavam sem a
casca da banana. Então não sei quem passou essa doença pra mim. Mas quer saber
doutor ?Eu vou me vingar!Vou pra cama com eles de novo e com quem mais me
aparecer na frente. Rejeitando sempre a famosa camisinha.
Cansei de passar horas no
banheiro com diarreia. Cansei dessa vida de doente. Cansei desse amor e desamor
pela vida. Principalmente cansei de
dizer não aos caras que querem entrar no meu circo sem o ingresso.Agora pode
vir em mim, que sou uma rafinharia de prazer.
Nem venha me oferecer
preservativo. Vai ser desnecessário. Vou foder com todos como se fosse minha
última vez. Como se já estivesse prestes a morrer e eles fossem minha cura. Eu
quero ejacular múltiplas vezes. Quero que eles sintam todo ódio. E rancor que
sinto por ser um soro positivo. Quero ver o medo deles de sofrerem preconceito.
Só por ter uma doença sem cura.
Eles e todo mundo vão pra
puta que os pariu depois que eu os contaminar. Vai ser bom pra que eles
aprendam que comigo é assim: olho por olho, dente por dente. E que tenham um
infeliz resto de vida tomando o remédio santo de cada dia. Pra conseguir
sobreviver.
Ah, Doutor. Eu vou sim
contaminar!
André Carlos
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