
-Se
aliste, rapaz. Você vai adorar!!!!!!!!!! Posso ligar para o sargento. Ele pode
até arrumar uma promoção para você.
-Mas
isso vai depender de quê? O que tenho que fazer?
-Coisa
pouca. Só umas noites na barraca dele.
-Não
sou desses. Dispenso. Vá você.
-Já
fui! Olhe pra mim. Veja o quanto fui beneficiado. Frequento locais chiques. Já
comprei um apartamento. Tudo isso ganhei fazendo o que ele queria.
-Não.
Não vou. Melhor ficar em casa.
-Mas
pagando bem, que mal tem?
-Mesmo
assim. Não vou. Não dou valor. Nem por todo dinheiro do mundo. Para mim,
Exército é coisa para loucos.
-Lembre-se
de Leonor. O seu amor. Com o dinheiro que vai ganhar, você pode ir para lugares
paradisíacos. Com ela. E deixar o sargentão pra lá. Logo outro ele vai
arranjar.
-Não
adianta tentar me convencer. Já tenho minha opinião formada.
Saí
dali furioso. Onde já se viu? Não quero me alistar. E pronto. Fernando, o meu
tio, era do exército. Morreu em batalha. Vivia dizendo para o meu pai me
colocar em um grupo. Militar. Aqueles que ensinam coisas que se aprende na TV.
Militarismo, pra quê? Vamos viver. Namorar. Curtir a vida. E não ficar fazendo
guerra. Não quero acabar trancado em um quarto. Com aquele sargentão afeminado.
Jamais. Guerra só traz mais guerra.
Danilo Micaías
Nenhum comentário:
Postar um comentário