segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sabor de infância



Sempre que vejo aquele belo retrato, exposto na mesma estante, há anos, lembro-me da infância, das brincadeiras, do sabor da alegria, da diversão que nos era proporcionado.
Lembro-me não só da minha, mas creio que também da maioria dos jovens que viveram e que brincaram a infância na mesma época, há uns 10 anos. Época em que eu e meus amigos da antiga escola saíamos para brincar e íamos uns na casa dos outros. De lá, seguíamos para o campo de futebol da Área de Lazer do Panatis, localizada próximo a minha casa, e tudo isso com uma alegria que contagiava a rua iluminada pelos poucos postes que havia. Hoje é mais normal a gente ver postes do que crianças contagiando a rua com alegria, curtindo a infância.
E o mais incrível daquele tempo é que não precisávamos de nada, a não ser a boca para se comunicar com o outro, coisa pouco comum nos tempos atuais devido ao grande avanço da tecnologia. Hoje em dia as pessoas têm diversos meios de comunicação, como o celular e o computador. Nós nos comunicávamos e conversávamos cara a cara.
Sempre acreditei que infância fosse sinônimo de alegria. Essa teoria poderia ser aplicada antes, não nos tempos atuais, em que as crianças querem amadurecer sem primeiro viver a melhor etapa da vida, que é a infância.
Acho que essa explosão antecipada dos hormônios está cada vez mais fazendo com que as crianças percam a infância. Eu mesmo adorava olhar o relógio e ver que já estava na hora de sair atrás dos amiguinhos para brincar amarelinha, jogar as cinco-marias, brincar de passa-anel, vivo ou morto, tô no poço, pula-corda, adoleta e, depois do pique-esconde, voltar para casa em um lindo balão azul, como cantava o Balão Mágico. Não existia nada melhor. A única preocupação era a de que, se alguém, por algum motivo, não pudesse sair, teríamos um dos times incompletos, e a "bandeirinha" teria que ficar para o outro dia. Então íamos para casa, desenhar nas paredes e levar bronca da mamãe. 
Mas não eram só aquelas brincadeiras que me encantavam e me encantam até hoje. Gosto de ficar tentando lembrar o sabor daquelas famosas "baganas", como o pirulito açucarado de saquinho, que eram compradas no Mercadinho do Júnior e que ficava na esquina da minha casa.  Hoje não encontramos mais. E, quando encontramos, normalmente não têm o mesmo sabor de antes, porque elas tinham um sabor especial, o sabor da minha e, talvez, da sua infância.
Higor Oiveira

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