
Lembro-me
não só da minha, mas creio que também da maioria dos jovens que viveram e que
brincaram a infância na mesma época, há uns 10 anos. Época em que eu e meus
amigos da antiga escola saíamos para brincar e íamos uns na casa dos outros. De
lá, seguíamos para o campo de futebol da Área de Lazer do Panatis, localizada
próximo a minha casa, e tudo isso com uma alegria que contagiava a rua
iluminada pelos poucos postes que havia. Hoje é mais normal a gente ver postes
do que crianças contagiando a rua com alegria, curtindo a infância.
E
o mais incrível daquele tempo é que não precisávamos de nada, a não ser a boca
para se comunicar com o outro, coisa pouco comum nos tempos atuais devido ao
grande avanço da tecnologia. Hoje em dia as pessoas têm diversos meios de comunicação,
como o celular e o computador. Nós nos comunicávamos e conversávamos cara
a cara.
Sempre
acreditei que infância fosse sinônimo de alegria. Essa teoria poderia ser
aplicada antes, não nos tempos atuais, em que as crianças querem amadurecer sem
primeiro viver a melhor etapa da vida, que é a infância.
Acho
que essa explosão antecipada dos hormônios está cada vez mais fazendo com que
as crianças percam a infância. Eu mesmo adorava olhar o relógio e ver que já
estava na hora de sair atrás dos amiguinhos para brincar amarelinha, jogar as cinco-marias,
brincar de passa-anel, vivo ou morto,
tô no poço, pula-corda, adoleta e, depois do pique-esconde, voltar para casa em um lindo balão azul, como
cantava o Balão Mágico. Não existia nada melhor. A única preocupação era a de
que, se alguém, por algum motivo, não pudesse sair, teríamos um dos times
incompletos, e a "bandeirinha" teria que ficar para o outro dia.
Então íamos para casa, desenhar nas paredes e levar bronca da mamãe.
Mas não eram
só aquelas brincadeiras que me encantavam e me encantam até hoje. Gosto de
ficar tentando lembrar o sabor daquelas famosas "baganas", como o
pirulito açucarado de saquinho, que eram compradas no Mercadinho do Júnior e
que ficava na esquina da minha casa. Hoje não encontramos mais. E, quando
encontramos, normalmente não têm o mesmo sabor de antes, porque elas tinham um
sabor especial, o sabor da minha e, talvez, da sua infância.
Higor Oiveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário