
Acontece que, esses dias, eu
me deparei com uma notícia capaz de abalar as estruturas de qualquer ser
pensante. Tão “destruidora mesmo” que, se eu fosse um gorducho gozando de muita
saúde, ex-apresentador de um famoso e ridículo telejornal natalense (não mais
ridículo que o próprio apresentador, tenho que concordar) e no fim do mandato
como deputado federal, talvez eu conseguisse me aposentar por invalidez.
Qualquer semelhança não é
mera coincidência. E o caso é que a notícia foi justamente essa. Sim, você
também está ou ficou abalado, não é?! Se a resposta for sim, prossiga, no
entanto, se achou algo natural, me desculpe, mas acho melhor você parar por
aqui. O gordinho não só se aposentou por invalidez (como a doença que motivou a
aposentadoria não foi divulgada, permitam-me acreditar que acharam uma
quantidade muito inferior de massa encefálica nesse ser de admirável
intelectualidade), mas também ganhou como bônus, pelo seu árduo trabalho e
serviços prestados a todos os norte-rio-grandenses, um plano de saúde
vitalício. Sugiro que segure as pontas, meu camarada, pois, se você for um
cidadão comum, as coisas serão um pouco mais difíceis para o seu lado.
Conseguir a aposentadoria em tempo recorde? Esqueça. Por invalidez? Só se você estiver tetraplégico e em coma induzido. Mas, mesmo assim, ainda não terá o
privilégio de receber o milagre da cura.
Milagre? Sim, isso mesmo. Dias após o deputado ter sido considerado
inválido para o árduo serviço público, circularam pelas redes sociais vídeos e
fotos do cara de barriga grande e cérebro pequeno andando de quadriciclo e se
divertindo à beça. Não se tem certeza sobre as datas das imagens, apenas que a
doença não se trata de invalidez, mas de incompetência.
Acho mesmo que quem deveria
aposentar Paulo Wagner e José Agripino, por exemplo, deveria ser a própria
sociedade natalense, da mesma forma que fez com Micarla, Rosalba, Henriquinho e
W(V)ilma. O nosso querido deputado é só mais um a quem permitimos ocupar um lugar
no celeiro de Brasília.
A coisa é tão absurda que
eles nem disfarçam mais. Brincam com o senso de ridículo na cara dura, nos camarotes,
nas praias, nas boates, na TV. Tem gente que vê e ainda pensa “Ah, coitadinhos.
Têm que se divertir mesmo. Trabalham tanto!”. Me permitam fazer uso da ironia
(vai que algum desses está lendo e não entende, né?!): o trabalho duro deles é
tão grande quanto o salário.
Vale lembrar que eu desejo
imensamente a aposentadoria de inválidos como Paulo Wagner. Daquelas em que se
vai para nunca mais voltar e ninguém ouve mais nem falar, porque, de inválido
mesmo, só o caráter.
Larissa
Araújo
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