domingo, 22 de fevereiro de 2015

Desencantos

Em muitos momentos da vida, nós, seres humanos, passamos por diversas provas, mas nenhuma delas nos afeta mais do que os desencantos do amor. Eu já me desiludi com o amor várias vezes, cheguei até a desacreditar que ele realmente existia. Antes de o amor me trair, eu era feliz. Acreditava no sorriso do dia, a felicidade tomava conta do meu ser, mas, à medida que o tempo foi passando, minha alma me tornava malicioso, não via mais a inocência que andava sempre ao meu lado. Tudo e todos, para mim, eram pessoas que podiam me magoar. Me tornei frio com elas. Me afastei. Um coração partido é como um pedaço de ferro deixado na beira da praia, que, com passar do tempo, a maresia vai corroendo até não restar mais nada.

Meu primeiro amor foi o mais decepcionante, pois me senti um objeto sexual que, depois de utilizado, fui descartado no lixo. Foi horrível. Era como se mil facas tivessem entrado no meu peito. Inexperiente, fiquei muito tempo isolado. Todo dia eu chorava, lágrimas de desespero saíam dos meus olhos. Lágrimas de desilusão. Lágrimas de ódio. Mas os desencantos do amor são com uma tempestade que o tempo e o vento convidam a se retirar.

Aos meus 17 anos, conheci uma garota chamada Andréia. Ela era linda e tinha tudo e todos aos seus pés. Sempre fui apaixonado por ela, mas nunca tive coragem de chamá-la para sair, mesmo meu coração ordenando que eu o fizesse. Meu amigo, Pedro Rafael, nos apresentou. Fiquei sem saber o que falar. Nunca tinha ficado com ela assim tão de pertinho. Andréia tomou atitude e me cumprimentou beijando no rosto. Foi muito educada. Meu coração, nesse momento, estava pulando de alegria. À medida que o tempo foi passando, fui  me apaixonando por ela. Estava mais do que na hora de pedi-la em namoro. Numa noite de terça-feira, fui até a casa dela pedir aos seus pais permissão para namorá-la. Estava com as alianças de compromisso que tinha comprado com minhas economias. Cheguei à casa dela e bati à porta.


A porta se abriu, e lá estava ela, linda como sempre. Rapidamente, tratei de me ajoelhar e a pedi em namoro. Ela ficou paralisada. Depois se recompôs e, com um olhar estranho, como se não quisesse me magoar, disse que não queria namorar comigo, pois o lance entre nós era apenas aventura. Isso foi decepcionante, meu coração ficou deteriorado durante muito tempo. Realmente, uma desilusão amorosa é como uma explosão nuclear que destrói tudo o que vem pela frente. Tenho uma grande facilidade de criar amores platônicos. Quando menos espero, já estou me envolvendo. Não consigo resistir. O amor sempre me chama com um novo atrativo. Bobo, sempre caio e acabo sofrendo. Por essas desilusões, não vou cair, como antes nas armadilhas que o amor prepara para mim. Não quero mais sofrer.

Alisson Gomes

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