
Meses
antes, eu me sentia profundamente vazia de mim mesma, sem nada nem ninguém que
pudesse preencher o buraco negro que havia se instalado em meu âmago. Passava
horas tentando não relacionar minha solidão com os livros de autoajuda que os
meus colegas indicavam. Mas, felizmente, como o grande autor Nei Leandro de
Castro disse: “tristeza cansa, meu amado”. E, depois de semanas daquele jeito,
eu havia me cansado.
A
partir daquele momento, inconscientemente, havia iniciado uma busca interna por
um poema vivo, por algo ou alguém com sentimento vivaz. Logo eu, que antes
questionava a importância de se ter alguém, de se ter companhia. Não me
permitia entender o motivo dos versos “ne me quitte pas”, de Jacques Brel,
terem tanta importância na vida dos casais. Até me sentir realmente só, eu
achava que nunca precisaria de ninguém. Mas acho que depois daquele dia, especialmente
aquele dia, eu entendi que nem tudo na vida é construído sozinho.
Ohanna Dezidério - dezembro/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário