domingo, 13 de setembro de 2015

Crucifique-a!

          Temos vivido momentos de grande disputa no Brasil, seja ideológica, social ou religiosa, principalmente esta última. Qualquer acontecimento que antes possivelmente passaria despercebido, é suficiente para provocar uma onda de declarações a respeito do assunto.
            Não foi diferente com a Parada Gay paulista, pois nosso país ainda veste a carapuça do conservadorismo religioso. Portanto, crucificar novamente Viviany Belboni foi o prato da vez.
            Custa-me acreditar que os líderes religiosos brasileiros não tenham compreendido o significado do protesto. Sim, houve protesto e ele foi brilhante. A travesti trouxe para o evento algo que muitos sequer haviam notado:  os homossexuais, assim como todos os outros oprimidos, representam o Cristo nos dias de hoje.
            As disputas citadas anteriormente acabam se misturando, no fim das contas. É por religião que condenam Viviany, mas é também, sobretudo, por ideais preconceituosos. Ideais disseminados para manter o controle e o interesse dos tais pastores sobre os fiéis.
            O protesto incomodou porque é difícil de ser compreendido pelos que estão acostumados a reproduzir o discurso mortal de seus líderes. Deve ser realmente bastante complicado perceber que Jesus Cristo, crucificado por ser trans(gressor), é muito mais parecido com homossexuais do que com alguns daqueles que são frequentadores assíduos dos templos religiosos.
            Viviany foi vítima antes, durante e continuará sendo após o protesto. Continuará, também, sendo acusada de cristofobia, que nada mais é que um termo inventado por aqueles que não compreendem o que o Cristo representou, mas, mesmo assim, continuam se colocando como os únicos a serem salvos.

            Diante de tudo isso, podemos concluir que a Viviany só foi acusada de desrespeito à religião porque é travesti, tem aparência feminina e não é o Neymar.


Larissa Araújo - estudante do 3º ano do curso de Informática do IFRN - Campus São Gonçalo do Amarante /TAL de Língua Portuguesa e Literatura

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Respeito é bom e eu gosto


Não é de hoje que existe conflito entre religião e opção sexual. Essa discussão vem de longa data. É um tema corriqueiro e que não sai das mesas-redondas, dos debates, etc. São tópicos sobre o casamento gay, sobre adoção de crianças por casais homossexuais, violência com os LGBTs, entre outros, muito dos quais vêm à tona durante as Paradas Gays que ocorrem em todo o país.

A Parada Gay é um movimento que busca defender a causa do público LGBT, buscando a igualdade na sociedade, assim como a Marcha da Maconha defende a legalização da erva e os movimentos estudantis defendem a redução da tarifa de ônibus, entre outros inúmeros movimentos. Porém, a última parada em São Paulo foi marcada por uma imagem muito questionada de uma transexual com trajes semelhantes àqueles que nós cristãos acreditamos que tenham sido utilizados por Jesus em sua crucificação. Ela ficou conhecida como “A Crucificada”, e sua performance foi vista como uma afronta à religião cristã.

Apesar de a atriz afirmar que sua intenção era comparar o sofrimento que os homossexuais sofrem hoje com os que Cristo passou em sua época, não foi bem isso que se compreendeu. Pelo contrário, gerou uma rixa maior entre cristãos e gays. Tanto é que ameaças foram feitas, não só à autora do protesto, como também ao movimento em  geral.
Como sabemos, os grupos LGBTs são sim excluídos de nossa sociedade, mesmo que isso não seja da nossa parte, mas o sistema causa essa exclusão de uma forma ou de outra.

Se a intenção dela era chamar atenção, conseguiu, entretanto, de uma forma desagradável. A transexual foi, na minha concepção, infeliz em seu ato de protesto. Misturar religião com sexualidade não devia ser uma coisa comum, mas é o que acontece. Isso não justifica, claro, as ameaças, os xingamentos e as milhares de ofensas que ela e o movimento sofreram, mas bater de frente com a crença, com a fé de alguém é um desrespeito.

Portanto, sou contra o ato em questão e imagino que a manifestante teria outras formas para denunciar essa discriminação que os homossexuais sofrem. Defendo que é necessário respeitar cada religião, cada opção sexual, cada ponto de vista e tentar buscar uma forma de viver bem, em harmonia, sem conflitos, respeitando um ao outro.

Jâncy Aragão - estudante do 2º ano do curso de  Informática no IFRN – Campus São Gonçalo do Amarante / TAL de Língua Portuguesa e Literatura 



quarta-feira, 3 de junho de 2015

Alunos recebem premiação pela produção de crônicas

 Alguns alunos premiados com o professor Milson Santos


Nesta quarta-feira (03), o professor Milson Santos, de Língua Portuguesa e Literatura, premiou as melhores crônicas das turmas de Informática (2013 / 2014) e da turma de Logística (2014). O evento ocorreu, entre as 12 e as 13h, na praça de alimentação da cantina do Campus São Gonçalo do Amarante, com a participação do diretor acadêmico, professor Luiz Alberto, e do diretor geral em exercício, professor Felipe Arrais.
As crônicas foram produzidas pelos alunos após um trabalho de leitura e apropriação do gênero, realizado em sala de aula, com diferentes cronistas, entre os quais os potiguares Carlos Fialho e Nei Leandro de Castro. Como premiação, os alunos receberam livros (obras literárias), doados pelo escritor Carlos Fialho (da editora Jovens Escribas), pela diretora geral, Marilac de Castro, pelo diretor acadêmico, Luiz Alberto, e pelos professores Fred Lucas e Milson Santos.
“Considero importante premiar os alunos, pois isso valoriza o trabalho deles, que poderão sentir-se estimulados a continuar escrevendo. Além do mais, as crônicas são de boa qualidade, elogiadas, inclusive, por quem entende do assunto, como o cronista Fialho, já citado”, salientou o professor Milson.

Os estudantes premiados da turma de Informática, 2º ano em 2013, foram:

1º lugar - Vivyanne Moura, com a crônica “Quer ser bom? Morra ou se mude”;
2º lugar – Gabriel de Oliveira, com a crônica “Fialho?”;
3ºlugar – Gerardo Neto, com a crônica “Empório da testosterona”.

Os discentes contemplados da turma de Informática, 2º ano em 2014, foram:

1º lugar – Larissa Araújo, com a crônica “O caráter inválido”;
2º lugar – George Franklin, com a crônica “Guia de sobrevivência para calouros do IFRN”;
3º lugar – Larissa Araújo, com a crônica “Mano Celo e os mitos do IFRN-SGA”.

Já os alunos premiados da turma de Logística, 2º ano em 2014, foram:

1º lugar – Thaís Farias, com a crônica “Uma marca faz toda diferença”;
2º lugar – Clara Paiva, com a crônica “Muito mais que simples panos”;
3º lugar – Lucas Calvante, com a crônica “Pequenas igrejas, grandes negócios”.


“Gostei muito da experiência de ter lido e produzido crônica, principalmente porque tive contato direto com um cronista profissional, que, inclusive, me inspirou a escrever o meu texto. E receber um prêmio, em virtude disso, foi melhor ainda”, destaca Gabriel de Oliveira, aluno de Informática.

terça-feira, 10 de março de 2015

A Copa dos sonhos

Era Copa do Mundo no Brasil. Havia um clima de festa nas ruas. Todos loucos para ver o Brasil jogar. De manhã, o filho acordou gritando:
-GOOLLLLLL! .... GOOOOOOLLLLLLLLL!!
-Filho, acorde! Você está tendo um pesadelo – disse a mãe do garoto.
-Hããã! ... Pesadelo ... Ah, mãe, que pesadelo, que nada! Quem me dera todo dia ter um pesadelo assim, como o de hoje.
A mãe, curiosa para saber o que tinha acontecido, perguntou:
- Com o que você sonhou, meu filho?
- Mãe, a senhora acredita que eu estava sonhando que a Dilma construiu um baita estádio, pertinho aqui de casa? Pra falar a verdade, estádio não. Um verdadeiro templo ao futebol. Mas não foi só isso não. Depois que o estádio ficou pronto, a cerimônia de abertura da Copa do Mundo foi feita lá. O grande jogo de abertura foi realizado entre a seleção do Brasil e a da Espanha. Quatro a zero pra nós. O mais fenomenal de tudo é que foi com dois golaços do Neymar. Acredite se quiser: ele fez um gol de bicicleta...
O garoto estava extasiado, não podia conter tão grande emoção. Sua mãe, porém, logo o interrompeu.
-Nossa! Que sonho foi esse?
-Pera aí, mãe! Ainda não terminei de contar o sonho todo.
-Não?
-Não.
-Pra fechar com chave de ouro, o Brasil ganhava tudo: Clássico das Américas, Copa América e o Campeonato Mundial da FIFA. Muito legal né, mãe?
Sabe de nada, inocente...
- É nada, filhote. O Brasil está jogando a Copa do Mundo neste exato momento. Esqueceu? Ontem mesmo houve o maior alvoroço aqui perto de casa. O jogo do Brasil contra a Colômbia está sendo transmitido agora. Começou pouco tempo depois que você dormiu. Está de 2 x 0 para o Brasil. Dois gols do Neymar. Daqui a pouco começará o segundo tempo. Embora o Brasil esteja ganhando, não está convencendo.
- Mas não está convencendo por quê? – interrompeu o menino.
- Porque ganhar de time fraco é bem simples. E o próximo jogo será contra a Alemanha. E aí, filhinho, como diria Galvão Bueno... “Haja coração”! Esse sim será um desafio de verdade, em que Neymar e Cia. poderão mostrar o valor dessa seleção e calar a boca de todos os críticos que estão acreditando em um vexame. – disse atualizadíssima a mãe.
- Pô, mãe! Que legal! Pensa comigo. Uma parte do sonho já se tornou realidade, então isso quer dizer que a outra parte também vai acontecer... A senhora não acha?
            - Acho... Se a Dilma resolver fazer uma ligação para o Blatter...

Abner Ferreira


O Whatts bugou

Conversar é uma das melhores coisas que existem. A conversa pode tirar um amigo da depressão ou colocá-lo, dependendo do assunto abordado. Cientistas afirmam que conversar faz bem à saúde, porém quando ela acontece entre dois ou mais indivíduos, pois se só um falar e os outros não prestarem atenção...É! Não vai ser uma boa conversa. Quem nunca, quando deu o primeiro beijo, foi logo procurar um amigo ou uma amiga para contar? Ou então quem nunca procurou um amigo para desabafar os problemas da vida? É sempre bom ter um amigo para conversar. Porém, como já disse, tem que ter interação entre as pessoas que conversam, senão...
            -Pô, cara!
            -O que foi, Natan?
            -Essa minha namorada, “véi”. Não deixa eu conversar com os meus próprios amigos, sacanagem.
            -Iiiiih...Você é “manicaca” mesmo, visse! Bote moral nessa mulher, seu frouxo!
            -Graças a Deus! Ela disse que ia sair e quando chegasse ia falar comigo. Agora podemos conversar.
            -Kadu? Kadu?
            -Oi, foi mal. Tava falando com uma amiga aqui no Whatts. Você disse o que mesmo?
            -Não, boy. Eu praticamente dispensei minha namorada pra ficar aqui na calçada conversando, e você fica aí nesse Whatts, falando besteira.
            -Ei... Falando besteira não, viu?! Eu apenas estou falando de assuntos não muito importantes.
            -Show! Quero saber qual é a diferença, meu amigo.
            -Caramba! Não acredito que o Flamengo perdeu ontem. Assistiu o jogo, Natan?
            -Oi..
            -Você escutou o que eu falei?
            -Escutei não. O celular vibrou e era o grupo lá da faculdade no Whatts. Tá a maior resenha.
            -Ridículo você. Fica reclamando que eu fico no Whatts, mas você também passa o dia inteiro nessa praga tecnológica.
            -Boy, você não vai acreditar. Pegaram fotos de uma menina lá da sala nua, a boyzinha tem selo Friboi de qualidade, e as fotos estão rolando no Whatts.
            -O quê? Diga isso não, boy. Me mostre logo essas fotos, seu danado!
            -Hum...Você não acabou de chamar o Whatts de praga tecnológica?
            -Meu amigo, tudo nessa vida tem exceção. Em casos especiais como esse, é preciso uma exceção. Às vezes é bom utilizar-se dessa praga tecnológica.
            -iiiih...
            -O que foi?
            -Bugou aqui, boy.
            -Bugou o quê, macho?
            -O Whatts parou de funcionar. Acho que está fora do ar, visse!
            -Não acredito nisso. Que sacanagem! Aquele otário do Mark Zuckerberg vai comprar o Whatts para ficar fazendo merda. O Whatts não dava esses problemas antigamente.
            -Verdade. O pior de tudo é que ele bugou antes de baixar as fotos.
            -Affz... Agora morgou!
            -E agora? Vamos fazer o quê?
            -Cara, vim aqui pra gente bater o papo, mas como a gente não saía do Whatts ficava difícil conversar. Agora que ele bugou é uma boa hora para colocar o papo em dia.
            -Mas... Vamos conversar o quê?
            -Sei lá. Qualquer coisa. Você não tem assunto pra ficar o dia todo no Whatts?
            -Nam... É mais fácil de arrumar assunto por lá.
            -Agora pronto! Por isso você não consegue nenhuma namorada. Só sabe conversar pelo Whatts e, quando chega no “ao vivo”, fica calado.
            -Sai daí, boy. Está parecendo minha mãe. Eu sei falar pessoalmente, é porque... Eu não tô a fim de falar hoje.
            -Aê! O Whatts voltou!
            -Agora sim, cadê as fotos?
            -Vish...
            -O que foi?
            -O celular descarregou.

Kadu Santos

Acima de tudo, é amizade!


Recentemente, assolado em meu mundo, tomado de pensamentos irrefutáveis, observo o que me rodeia. A euforia dos meus pensamentos se entrelaça, dentro da minha cabeça, como raízes ramificadas, que sustentam aqueles paus-brasil, plantados no meio do Campus São Gonçalo do Amarante, e que são cultivados pelo ser mais complicado do universo: o homem.
De repente, sou surpreendido, não pelo canto dos passarinhos, que diariamente saciam minha esperança, mas pela agitação emanada da cantina. Olho para o lado e vejo uma pequena alma caída no meio do corredor: era Alice, aluna do curso técnico integrado de Logística, toda esparramada e envergonhada.
Coloco-me no lugar daquela garota, caída, sofrida e com um sorriso defasado em sua face. Acredito que se eu estivesse ali, deitado, alguma alma bondosa me socorreria e logo estaria erguido por uma mão amiga. Ou estaria na mesma situação?
A garota tenta se reerguer com cuidado. Ninguém a ajuda. Apenas riem, debocham, caçoam Alice. Os colegas ainda estão comentando. O fato gerou muitas risadas e comentários. Nada como uma queda para causar um momento de alegria e êxtase nessa escola. Afinal de contas, não temos espetáculos constantemente desse porte na nossa programação.
Recentemente, lendo uma rede social, me deparo com a seguinte frase: “Amigo é aquele que debocha quando o outro cai”. Fiquei paralisado, imóvel. Nos tempos modernos, não sabemos quem, realmente, é amigo do outro. O valor da amizade desapareceu, entrou em extinção.
Se amigo é aquele que debocha, possivelmente aquela pessoa que você odeia ou pela qual sente ojeriza é sua amiga, pois tenha certeza de que ela está debochando de você em vários momentos, jurando que você caiu em vários planos e sonhos.
Uma vez, uma amiga melancólica veio me contar do fracasso que foi seu relacionamento. Casada, fazia três anos que estava vivendo em uma infinita lua-de-mel, jurava que tinha encontrado o grande amor da sua vida, seu príncipe encantado. Iludiu-se. Com o passar do tempo, a magia do conto de fadas entrou em declínio. Flagrou seu “príncipe” com outra. Um maior vexame.
Se fosse obedecer ao pensador da rede social, teria começado a debochar da pobre alma iludida: “amigo é aquele que debocha quando o outro cai”. Minha amiga caiu, seus planos foram por água abaixo, eu deveria rir, não é mesmo?
Alice, vermelha de vergonha, correu em direção ao banheiro. Pensou como iria encarar a situação. Os amigos, seguindo em direção à sala, sentiram a falta da colega, foi aí que perceberam o quanto haviam sido indelicados. Lívia, a mais dócil do grupo, foi a sua busca. Chegando lá, escutou alguns soluços de choro, olhou para o lado e encontrou sua amiga aos prantos. Rapidamente, tentou amenizar o estado emocional da pobre amiga. Pediu desculpas. Abraçaram-se.
Quando o assunto é amizade, devemos abandonar nosso mundo individual. Amigo é aquele que, acima de tudo, cuida. É um sentimento diferente, insaciado, irreconhecível. É querer ficar perto, é perguntar se o outro quer dar uma lambida no picolé, depois que você já lambeu tudo. É saber respeitar as opiniões. É compartilhar. É estender o braço quando o outro está caído no chão.
Antes de mais nada, devemos quebrar os paradigmas, viver a intensidade da amizade. Devemos formar uma sociedade mais humana, mais acolhedora, mais amiga. É preciso acabar com a falta de compaixão e afeto, é preciso acabar para sempre, de uma vez por todas. 

Alice Xavier
Leandro Lima 
 Lívia Campos

terça-feira, 3 de março de 2015

Essa coisa de amor

Essa coisa de amor está em todo lugar. Está impregnada principalmente nos jovens, com os hormônios à flor da pele. E o melhor lugar para se encontrar isso é na escola.
Em pleno corredor do IFRN São Gonçalo do Amarante pode-se encontrar uma das cenas mais bonitas e puras, mas também a mais repugnante e idiota da natureza humana: a demonstração de afeto.
São vários tipos de casais por aqui: os aventureiros (uma vez ou outra aparecem com uma marca inexplicável no corpo...); os do tipo troféus (que formam um casal só para se exibir); o “casal por conveniência” (que só está junto por interesse); os agentes secretos (aqueles que nós só descobrimos que estão juntos quando eles já terminaram).
Existem os casais que criam um laço de amor em que parece ter apenas ódio. Um exemplo disso são os casais dos cursos rivais.
Aaah, esses sim causam polêmicas, são alvos fáceis de boatos e falatórios pelos corredores, principalmente dos cursos de Informática e Edificações, entre os quais muitas vezes a desunião reina.
Sem falar nos casais homoafetivos, que não são bem vistos por alguns alunos e sofrem com o preconceito. Há também os ousados que parecem que estão em casa. Se deitam, muitas vezes, um por cima do outro no corredor ao observar que não tem nenhum servidor por perto. No Campus, os que chamam mais atenção são os cachorros que não largam o osso (aqueles casais grudentos que se recusam a ficar alguns centímetros separados). Um exemplo é o casal Frank e Ohanna. Vivem juntos o tempo todo.
Se o sinal toca pra aula de um, o outro senta no corredor e fica esperando cada minuto até que a aula acabe. E, se a saudade apertar um já fala:
-Professor, posso beber água?
E já vai correndo para o braço do outro.
Eles acham que são queijo e goiabada, uma mistura perfeita.  Mal sabem eles que, com o tempo, o doce azeda, e o queijo estraga. Com o passar do tempo, a paixão não é mais tão ardente.
Também existem os casais platônicos, que só um dos dois imagina que ali existe uma relação. Um exemplo disso é o “casal” Lorena e César. Ela, feito boba, sempre passa pelo corredor da sala dele em uma tentativa frustrada de que ele repare nela. Ou então sempre é pega no flagra escrevendo o nome do seu amado acompanhado de vários corações.
E todas aquelas demonstrações de afeto acabam não acontecendo.

O sentimento é efêmero.

Bruno Almeida
Monaliza Freire
Manuella Araújo
João Victor
Amanda Maria
Laura Viana

Agora sim!

As coisas gratificantes nunca vêm cedo, principalmente as boas. As férias, por exemplo, os estudantes adoram, mas só vêm de ano em ano, assim como as chuvas no sertão nordestino.
Que decepção tive eu quando soube que minhas férias viriam, praticamente, no meio do ano que vem! Diferente da minha antiga escola, em que havia férias praticamente toda semana, era uma maravilha. Sempre acontecia algo: um professor ficava doente ou, então, estava de licença. Tinha até professor que colocava atestado de óbito, alegando a morte de algum parente distante, que nem conheciam, mas colocavam mesmo assim para não ir ao trabalho.
Havia várias outras ocasiões em que não tínhamos aula: queda de energia, falta de água por causa de canos entupidos etc. Uma vez que entupiram o vaso sanitário do banheiro masculino. Nessa ocasião, houve aula, mas com o horário reduzido. Por incrível que pareça, nesse dia deu uma mijadeira nos meninos, que nunca tinha visto na minha vida.
Mas algo bom aconteceu na antiga escola, aprendizados importantes vieram comigo: aprendi a conviver com os meus amigos, a ouvi-los, aconselhá-los. Aprendi também a correr atrás do que quero. Se falta um professor, por exemplo, vou procurar saber se outro vai substituir, pois agora sei qual a importância de um professor na nossa vida. Ainda mais quando perdi um muito legal, Dayvyd Lavaniery, docente de Língua Portuguesa, que, infelizmente, não ministrou essa matéria para minha turma. Tive a oportunidade de conhecê-lo quando entrei para o coral do IFRN-SGA. Seu carisma, seus trejeitos e, principalmente, a alegria que expressava quando nos regia, marcaram a todos nós, tanto os integrantes quanto os que nos assistiam.
Os professores que tive na outra escola nem se comparam aos que tenho hoje. Estes mostram interesse em ensinar, já os antigos... não quero nem comentar. É como disse no começo: as coisas boas nunca vêm cedo.
 Tenho um professor muito show, por exemplo, o que ministra Língua Portuguesa. Milson Santos é o nome dele. Até hoje o melhor professor que já tive. Admiro vê-lo trabalhar. É engraçado, comprometido com o que faz e se importa muito com o aluno. Procura sempre uma forma para ajudar. Na matéria que leciona só não passa quem não quer. Esse é apenas um exemplo. Demorou nove anos, mas conheci professores de vergonha.

Manoel Paulo

Desiludido

Numa quinta-feira ensolarada, uma nova fase iniciou-se na minha vida. Recém-formado no ensino fundamental, estava tendo a oportunidade de fazer meu ensino médio numa escola de grande prestígio, o IFRN. Uma escola de estrutura incomparável, onde as pessoas são dotadas de grande inteligência, são educadas e responsáveis. Durante toda a minha vida estudei em escolas públicas municipais, que não tinham uma boa estrutura de ensino. A maioria dos professores não eram qualificados, diferente do IFRN-SGA que, comparado com a minha antiga escola, tem uma estrutura e um corpo docente muito competente.
No primeiro dia de aula, houve uma palestra para mostrar o curso de Logística. Fiquei encantado com as pessoas com as quais eu iria estudar durante quatro anos. Depois da palestra, tivemos uma aula experimental com Milson Santos, professor de Língua Portuguesa, na qual ele perguntava:
“Qual sua experiência com a língua?”
Até hoje me lembro das respostas dos meus colegas. Manoel, por exemplo, falou que sua experiência com a língua vinha desde a infância. Meus pensamentos voaram ao infinito, imaginando quais seriam. Fiquei babando pelas meninas do curso de Logística, principalmente por Laura Matos. Estava tão abestalhado por ela que babava mais que uma cachoeira em época de chuva. Mas as relações interpessoais deixemos de lado.
Essa ilusão de “escola perfeita”, no entanto, foi se extinguindo com o passar do tempo. Percebi que não existia nada do que eu pensava. Me decepcionei com o IFRN. Tenho saudade da minha antiga escola, lembro-me de que lá não precisava ficar acordado até tarde, estudando para as provas e trabalhos, ou acordar cedo para chegar antes das aulas começarem. Muitas vezes me olhei no espelho e tomei um susto, pois estava com os olhos vermelhos, amarelos, e a cara cheia de espinhas. Meu rosto parecia uma jaca. Nunca imaginei que iria sofrer tanto em uma instituição de ensino, sem falar nos dias em que passei fome e me estressei. Os alunos do IFRN-SGA são como zumbis ambulantes, que só pensam em uma coisa: agradar aos professores.

Alisson Gomes 

 Manoel Paulo


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Aquele sentimento




Aquele sentimento  nos toma por completo e nos faz perder totalmente a cabeça, deixa nosso coração feito um pássaro engaiolado, agitado, batendo nas grades do nosso peito, querendo fugir e voar sem destino. É um sentimento que nasce sem explicação. Do nada, você acorda, levanta da sua cama, faz tudo como de costume, sai de casa e, sem mais nem menos, ele te vira de cabeça para baixo. Um envolvimento que se cria logo de imediato num piscar de olhos.
Lembro-me bem daquelas noites mal dormidas, sem saber se aquele olhar tinha segundas intenções, se era recíproco, sem saber o que fazer com aquela ânsia de que o dia chegasse logo para que nossos olhares se cruzassem novamente.
Você já sabe do que eu estou falando?
            Pois é, caro leitor, a culpa é da paixão, se você está passando por isso agora. Quem nunca foi capturado por essa palavra? Quem nunca sofreu por alguém? Esse “mal” ainda atinge muitos nos tempos de hoje.
            Acredito que não há um só ser, nesse planeta, que nunca tenha sofrido de paixão, ou que ainda não tenha sido pego desprevenido numa troca de olhares, num jeito meigo de ser de outro alguém. Paixões nascem dos mais diversos jeitos nas mais improváveis ocasiões.
            Alguém duvida que a paixão exista? Claro que não, afinal todos nós somos provas vivas. Paixões são sempre paixões, alguns têm medo de vivê-las; outros se entregam por completo.
            Caso você esteja em dúvida do que fazer com a sua, aqui vai uma dica: simplesmente a viva. Talvez ela não dê certo, ou talvez dê, quem sabe ela se transforme em amor. Então não perca tempo, aproveite e se entregue de corpo inteiro, e de alma também. Perca esse medo e se jogue logo nos braços do seu ou da sua affair. Divirta-se, não custa nada aproveitar o que a vida tem de bom a nos oferecer.

Guilherme Lima