terça-feira, 3 de março de 2015

Desiludido

Numa quinta-feira ensolarada, uma nova fase iniciou-se na minha vida. Recém-formado no ensino fundamental, estava tendo a oportunidade de fazer meu ensino médio numa escola de grande prestígio, o IFRN. Uma escola de estrutura incomparável, onde as pessoas são dotadas de grande inteligência, são educadas e responsáveis. Durante toda a minha vida estudei em escolas públicas municipais, que não tinham uma boa estrutura de ensino. A maioria dos professores não eram qualificados, diferente do IFRN-SGA que, comparado com a minha antiga escola, tem uma estrutura e um corpo docente muito competente.
No primeiro dia de aula, houve uma palestra para mostrar o curso de Logística. Fiquei encantado com as pessoas com as quais eu iria estudar durante quatro anos. Depois da palestra, tivemos uma aula experimental com Milson Santos, professor de Língua Portuguesa, na qual ele perguntava:
“Qual sua experiência com a língua?”
Até hoje me lembro das respostas dos meus colegas. Manoel, por exemplo, falou que sua experiência com a língua vinha desde a infância. Meus pensamentos voaram ao infinito, imaginando quais seriam. Fiquei babando pelas meninas do curso de Logística, principalmente por Laura Matos. Estava tão abestalhado por ela que babava mais que uma cachoeira em época de chuva. Mas as relações interpessoais deixemos de lado.
Essa ilusão de “escola perfeita”, no entanto, foi se extinguindo com o passar do tempo. Percebi que não existia nada do que eu pensava. Me decepcionei com o IFRN. Tenho saudade da minha antiga escola, lembro-me de que lá não precisava ficar acordado até tarde, estudando para as provas e trabalhos, ou acordar cedo para chegar antes das aulas começarem. Muitas vezes me olhei no espelho e tomei um susto, pois estava com os olhos vermelhos, amarelos, e a cara cheia de espinhas. Meu rosto parecia uma jaca. Nunca imaginei que iria sofrer tanto em uma instituição de ensino, sem falar nos dias em que passei fome e me estressei. Os alunos do IFRN-SGA são como zumbis ambulantes, que só pensam em uma coisa: agradar aos professores.

Alisson Gomes 

 Manoel Paulo


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