
Não foi diferente com a Parada Gay paulista,
pois nosso país ainda veste a carapuça do conservadorismo religioso. Portanto,
crucificar novamente Viviany Belboni foi o prato da vez.
Custa-me acreditar que os líderes
religiosos brasileiros não tenham compreendido o significado do protesto. Sim,
houve protesto e ele foi brilhante. A travesti trouxe para o evento algo que
muitos sequer haviam notado: os
homossexuais, assim como todos os outros oprimidos, representam o Cristo nos
dias de hoje.
As disputas citadas anteriormente
acabam se misturando, no fim das contas. É por religião que condenam Viviany,
mas é também, sobretudo, por ideais preconceituosos. Ideais disseminados para
manter o controle e o interesse dos tais pastores sobre os fiéis.
O protesto incomodou porque é
difícil de ser compreendido pelos que estão acostumados a reproduzir o discurso
mortal de seus líderes. Deve ser realmente bastante complicado perceber que
Jesus Cristo, crucificado por ser trans(gressor), é muito mais parecido com
homossexuais do que com alguns daqueles que são frequentadores assíduos dos
templos religiosos.
Viviany foi vítima antes, durante e
continuará sendo após o protesto. Continuará, também, sendo acusada de cristofobia, que nada mais é que um
termo inventado por aqueles que não compreendem o que o Cristo representou,
mas, mesmo assim, continuam se colocando como os únicos a serem salvos.
Diante de tudo isso, podemos
concluir que a Viviany só foi acusada de desrespeito à religião porque é
travesti, tem aparência feminina e não é o Neymar.
Larissa Araújo - estudante do 3º ano do curso de Informática do IFRN - Campus São Gonçalo do Amarante /TAL de Língua Portuguesa e Literatura
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