
Nós iríamos assistir uns minicursos e
ver a apresentação dos projetos de alguns coleguinhas da turma. Tudo isso ao
lado do professor Gilbran, o queridinho da sala (brincadeirinha).
O passeio, ou melhor, a viagem, já que
iríamos para a Teresina Potiguar, ou seja, Mossoró, era exigente. Tínhamos que
chegar às 03:30 da madrugada no Campus.
Eu cheguei às 03:10.
Quando desci do carro, que parei em
frente ao Instituto, havia cerca de cinquenta pessoas deitadas no chão. Não
eram os meus colegas. Não pareciam ser mendigos. Não era show da Madonna. Até
que uma galega com os olhos quase fechados se aproximou. Era Ângela, minha
amiga.
- Hugo!
- Oi! Madrugou aqui na porta, hein!
- Pois é. Ei, me diga. Qual o seu
número?
- Meu número?
- Sim, seu número. O meu é o 51. E o
seu?
- Que número?
- Da ficha, ora.
- Ainda não entendi. Não tenho nenhuma
ficha.
- Ah, pois vá pegar a sua com o
porteiro.
- Pra que é essa ficha?
- Não sei muito bem. Cheguei aqui e me
entregaram. Deve estar relacionada com a nossa viagem.
Fui pegar a tal ficha. A minha era a 54.
Fiquei assustado. Mesmo sem entender o que estava acontecendo, senti que peguei
um número alto. Eu era um dos últimos.
Já eram 03:30 e, de repente, aparece o
vigia da escola. Um pouco “alterado”, ele diz:
- Ei! Vocês aí de farda! São de
Informática?
- Sim.
- O que estão fazendo aí com o pessoal
que vai se matricular nos cursos Pronatec? Venham para o ônibus!
Corri para o ônibus e pensei: “O que a
maioria desse pessoal não faz pra ganhar um dinheirinho fácil no fim do mês?”.
Hugo Araújo
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