sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Respeito é bom e eu gosto


Não é de hoje que existe conflito entre religião e opção sexual. Essa discussão vem de longa data. É um tema corriqueiro e que não sai das mesas-redondas, dos debates, etc. São tópicos sobre o casamento gay, sobre adoção de crianças por casais homossexuais, violência com os LGBTs, entre outros, muito dos quais vêm à tona durante as Paradas Gays que ocorrem em todo o país.

A Parada Gay é um movimento que busca defender a causa do público LGBT, buscando a igualdade na sociedade, assim como a Marcha da Maconha defende a legalização da erva e os movimentos estudantis defendem a redução da tarifa de ônibus, entre outros inúmeros movimentos. Porém, a última parada em São Paulo foi marcada por uma imagem muito questionada de uma transexual com trajes semelhantes àqueles que nós cristãos acreditamos que tenham sido utilizados por Jesus em sua crucificação. Ela ficou conhecida como “A Crucificada”, e sua performance foi vista como uma afronta à religião cristã.

Apesar de a atriz afirmar que sua intenção era comparar o sofrimento que os homossexuais sofrem hoje com os que Cristo passou em sua época, não foi bem isso que se compreendeu. Pelo contrário, gerou uma rixa maior entre cristãos e gays. Tanto é que ameaças foram feitas, não só à autora do protesto, como também ao movimento em  geral.
Como sabemos, os grupos LGBTs são sim excluídos de nossa sociedade, mesmo que isso não seja da nossa parte, mas o sistema causa essa exclusão de uma forma ou de outra.

Se a intenção dela era chamar atenção, conseguiu, entretanto, de uma forma desagradável. A transexual foi, na minha concepção, infeliz em seu ato de protesto. Misturar religião com sexualidade não devia ser uma coisa comum, mas é o que acontece. Isso não justifica, claro, as ameaças, os xingamentos e as milhares de ofensas que ela e o movimento sofreram, mas bater de frente com a crença, com a fé de alguém é um desrespeito.

Portanto, sou contra o ato em questão e imagino que a manifestante teria outras formas para denunciar essa discriminação que os homossexuais sofrem. Defendo que é necessário respeitar cada religião, cada opção sexual, cada ponto de vista e tentar buscar uma forma de viver bem, em harmonia, sem conflitos, respeitando um ao outro.

Jâncy Aragão - estudante do 2º ano do curso de  Informática no IFRN – Campus São Gonçalo do Amarante / TAL de Língua Portuguesa e Literatura