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Parada Gay é um movimento que busca defender a causa do público LGBT, buscando
a igualdade na sociedade, assim como a Marcha da Maconha defende a
legalização da erva e os movimentos estudantis defendem a redução da tarifa de
ônibus, entre outros inúmeros movimentos. Porém, a última parada em São Paulo
foi marcada por uma imagem muito questionada de uma transexual com trajes semelhantes
àqueles que nós cristãos acreditamos que tenham sido utilizados por Jesus em
sua crucificação. Ela ficou conhecida como “A Crucificada”, e sua performance
foi vista como uma afronta à religião cristã.
Apesar
de a atriz afirmar que sua intenção era comparar o sofrimento que os
homossexuais sofrem hoje com os que Cristo passou em sua época, não foi bem
isso que se compreendeu. Pelo contrário, gerou uma rixa maior entre cristãos e
gays. Tanto é que ameaças foram feitas, não só à autora do protesto, como
também ao movimento em geral.
Como
sabemos, os grupos LGBTs são sim excluídos de nossa sociedade, mesmo que isso
não seja da nossa parte, mas o sistema causa essa exclusão de uma forma ou de
outra.
Se
a intenção dela era chamar atenção, conseguiu, entretanto, de uma forma desagradável.
A transexual foi, na minha concepção, infeliz em seu ato de protesto. Misturar
religião com sexualidade não devia ser uma coisa comum, mas é o que acontece.
Isso não justifica, claro, as ameaças, os xingamentos e as milhares de ofensas
que ela e o movimento sofreram, mas bater de frente com a crença, com a fé de
alguém é um desrespeito.
Portanto,
sou contra o ato em questão e imagino que a manifestante teria outras formas
para denunciar essa discriminação que os homossexuais sofrem. Defendo que é
necessário respeitar cada religião, cada opção sexual, cada ponto de vista e
tentar buscar uma forma de viver bem, em harmonia, sem conflitos, respeitando
um ao outro.
Jâncy Aragão - estudante do 2º ano do curso de Informática no IFRN – Campus São Gonçalo do Amarante / TAL de Língua Portuguesa e Literatura